Quando falamos de fintechs na América Latina, o Brasil é um dos maiores polos de inovação no setor. Esse crescimento acelerado está oferecendo alternativas tecnológicas que tornam o acesso aos serviços financeiros mais ágil, inclusivo e eficiente. Desde soluções de pagamento digital até plataformas de crédito e investimentos, as fintechs estão atendendo às necessidades de uma população cada vez mais conectada, mas bastante desassistida pelos grandes bancos.
O que são fintechs e por que estão crescendo no Brasil?
As fintechs (empresas de tecnologia financeira) são startups ou empresas que utilizam a tecnologia para otimizar, automatizar e revolucionar serviços financeiros. Essas empresas oferecem soluções inovadoras em áreas como pagamentos, crédito, investimentos, seguros e até mesmo criptomoedas.
No Brasil, o crescimento das fintechs é grande devido à alta demanda por serviços mais acessíveis, o grande número de pessoas que ainda não têm conta bancária (cerca de 34 milhões de brasileiros, segundo o Banco Central), e o aumento da digitalização dos serviços no país.
De acordo com dados do Distrito Fintech Report 2023, o Brasil já conta com mais de 1.400 fintechs em operação, o que representa um grande aumento em relação aos últimos anos. O país lidera o número de fintechs na América Latina, abarcando cerca de 40% das startups do setor em toda a região.
Principais áreas de atuação das fintechs no Brasil
O setor de fintechs no Brasil abrange várias frentes, com destaque não apenas para serviços financeiros tradicionais, mas também para áreas como o entretenimento online, incluindo o crescimento das casas de apostas online. Como vemos em Techopedia, essas plataformas, que combinam tecnologia de ponta com soluções financeiras, facilitam os pagamentos digitais, apostas em esportes e transações rápidas entre usuários.
Empresas como PicPay, Mercado Pago e PagSeguro estão à frente dessa revolução, oferecendo plataformas que facilitam desde pagamentos entre pessoas (P2P) até o processamento de vendas em pequenos negócios. Segundo a ABFintechs, em 2023, mais de 60% das fintechs no Brasil atuavam na área de pagamentos.
Já em empréstimos e crédito, fintechs como Creditas e Nubank estão desafiando os grandes bancos tradicionais ao oferecer crédito a taxas mais acessíveis, usando tecnologia para personalizar as condições com base no histórico financeiro dos clientes. O aumento do acesso ao crédito digital foi um dos maiores impulsionadores desse setor nos últimos anos, principalmente com a crise econômica causada pela pandemia.
Mas quando falamos de investimentos e gestão financeira, plataformas como XP Investimentos e Easynvest têm democratizado o acesso ao mercado financeiro, oferecendo produtos de investimento que antes estavam disponíveis apenas para grandes investidores. O crescimento dessas fintechs se deu em grande parte pelo interesse dos brasileiros em diversificar seus investimentos.
Impacto da tecnologia e regulamentação no setor
A tecnologia é o motor que impulsiona o sucesso das fintechs, e isso se reflete na capacidade dessas empresas de oferecerem serviços com custos reduzidos, maior transparência e personalização. Um exemplo claro é a implementação do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, que facilitou ainda mais o surgimento de novas fintechs ao criar um ambiente digital propício para transações rápidas e seguras.
Outro fator importante para o desenvolvimento das fintechs no Brasil é o ambiente regulatório. Nos últimos anos, o Banco Central tem atuado para criar uma regulação mais flexível e moderna, incentivando a inovação e garantindo a segurança dos consumidores. Iniciativas como o Open Banking, que começou a ser implementado em 2021, visam a integrar o sistema financeiro.
Permitindo, por exemplo, que os dados dos consumidores sejam compartilhados entre instituições financeiras com sua autorização. Isso abre portas para mais personalização de serviços e incentiva a competição entre empresas, inclusive as fintechs.
O futuro das fintechs no Brasil
Com uma população jovem e altamente conectada, o país oferece um ambiente favorável para o crescimento das fintechs. Além disso, o uso cada vez maior de smartphones e o aumento da inclusão digital em áreas mais remotas são elementos que contribuirão para a expansão do setor.
O avanço tecnológico e o uso de inteligência artificial e machine learning também são fatores que devem moldar o futuro das fintechs no Brasil. Essas inovações permitirão que as empresas sejam ainda mais ágeis na análise de dados e ofereçam serviços altamente personalizados, fortalecendo a relação com seus clientes e aumentando a eficiência operacional.
Estima-se que, até 2025, o setor de fintechs no Brasil deverá movimentar cerca de US$ 24 bilhões, de acordo com um estudo da Finnovista, colocando o país como um dos líderes em inovação financeira em todo o mundo.