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O setor privado dissemina o coronavírus; o público, não

A prefeitura de Porto Alegre emitiu seu primeiro decreto em 26 de março. (Foto: Jefferson Bernardes/PMPA)

A história está sendo escrita diante dos nossos olhos no ano de 2020. Momentos únicos estão nos mostrando a todo instante coisas que nos passavam despercebidas no dia a dia pré-pandêmico. No caso de Porto Alegre, aponto as minúcias de seus decretos de lockdown e flexibilização em relação às obras públicas e privadas.

A prefeitura de Porto Alegre emitiu seu primeiro decreto em 26 de março. Nesse decreto proibia o funcionamento de toda e qualquer obra que não envolvesse educação, segurança, saúde e mobilidade urbana.

O segundo decreto, de 23 de abril, flexibilizou as regras. Com os devidos cuidados de distanciamento, equipamentos de proteção e restrições de horários, pode-se, mesmo que de uma forma mais lenta que o normal, retomar as atividades.

No entanto, em 23 de junho, tivemos uma nova parada na qual todas as 192 obras privadas foram proibidas e todos os canteiros de obras públicas mantidos ativos, como a que é realizada no corredor de ônibus da avenida João Pessoa e de recuperação do asfalto no trecho da avenida Bernardino Silveira Amorim, entre as avenidas Assis Brasil e Bernardino Silveira Pastoriza.

Será que existe transmissão do coronavírus em obras privadas e nas públicas não? O setor da construção civil emprega diretamente 27 mil funcionários, é o terceiro maior fornecedor de tributos à prefeitura e busca apenas a solução mais segura e rápida para todos os transtornos causados pela Covid-19. Se vamos fazer o enfrentamento ao vírus com fechamentos, paradas e/ou restrições, que seja de forma igualitária, coerente e justa, e não com abuso de poder e mais uma jogada de marketing de um prefeito desesperado pela reeleição.

 

 

Anderson Pavei – empresário e associado IEE

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