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Carlos Roberto Schwartsmann O Sr. não sabe a cor dos meus olhos

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A bolsa concedida pelo programa será de R$ 12.386,50 por 48 meses, prorrogáveis pelo mesmo período. (Foto: Divulgação)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Esta é uma frase muito comum na saída dos consultórios nos dias de hoje. O Doutor ficou todo tempo da consulta escrevendo no computador e sequer me olhou!

Sem dúvida o uso do computador na nossa sociedade tem facilitado muito nossas vidas.

Esta assertiva também é verdadeira na medicina: O prontuário eletrônico é um documento digital que permite ao médico inserir as diferentes informações do paciente.

O registro pode ser modificado a cada nova consulta. Outras informações podem ser constantemente inseridas. É a versão digital da ficha de papel.

A agenda eletrônica permite agendamento de consultas. Inserção da história clínica pregressa, dos tratamentos realizados, dos medicamentos utilizados, das imunizações, dados laboratoriais e arquivo de exames de imagem e radiológicos.

E mais podemos compartilhar estes dados com outros colegas médicos. A nível hospitalar é um termômetro operacional e financeiro. Entretanto a tecnologia só falha em não conseguir transmitir afeto, generosidade e compaixão.

Estas qualidades e sentimentos só um homem pode transmitir para outro. A relação médico-paciente é baseada e fortificado numa relação de muito respeito, franqueza, sinceridade e confiança. Isto nenhum computador pode oferecer.
Dizem que os olhos são as únicas partes do cérebro que se expõem ao exterior.

O filosofo grego Plutarco sugeriu que o olho humano tinha o poder de liberar e emitir raios invisíveis de energia. Muitos ainda acreditam no amor à primeira vista! Muitos desconfiam quando se desvia o olhar durante uma conversa.

Olho no olho é a base de uma relação! É uma atenção. É um comprometimento de sinceridade e interesse pela fala do outro.
O bom médico deve estar sempre atento aos olhos e ao olhar do paciente. Talvez seja possível, através desta janela, desvendar os segredos e até mesmo a alma do paciente. Se o médico priorizar a tecnologia em detrimento do humanismo, sempre estará sujeito, desapontadamente e frustrado, a ouvir do doente:

“Doutor o Sr. Não sabe a cor dos meus olhos! ”

Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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