Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2018
O saldo positivo da balança comercial nos sete primeiros meses deste ano é 19,6% menor do que o verificado no mesmo período do ano passado – quando foi registrado um superávit de US$ 42,496 bilhões. A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 34,160 bilhões no acumulado de janeiro a julho deste ano, informou o MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) nesta quarta-feira (1º). Quando a balança comercial registra superávit, significa que as exportações brasileiras superaram as importações. Quando ocorre o contrário, ocorre déficit (resultado negativo).
“A queda do superávit é consequência do crescimento das importações superior ao crescimento da exportações, como esperávamos no começo do ano”, disse o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do MDIC, Herlon Brandão.
Segundo ele, o saldo de 2018 deve ser menor em relação ao de 2017 por conta da atividade econômica mais aquecida, com uma “demanda maior por importação, mas ainda com crescimento do comércio pelo segundo ano consecutivo”.
Em todo ano de 2017, a balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 67 bilhões, o melhor resultado para um ano fechado desde o início da série histórica do ministério, em 1989.
Exportações e importações
A queda do superávit comercial neste ano está relacionado com o forte crescimento das importações, que registraram uma taxa de expansão quase três vezes acima das vendas externas.
No acumulado de janeiro a julho deste ano, as exportações somaram US$ 136,582 bilhões, com média diária de US$ 935 milhões (alta de 7,3% sobre o mesmo período do ano passado).
O aumento das vendas externas aconteceu por conta, principalmente, da alta do preço dos produtos (5,17%). A quantidade exportada também cresceu no período, mas em menor intensidade (1,7%).
As importações, por sua vez, totalizaram US$ 102,423 bilhões no acumulado deste ano, ou US$ 701 milhões por dia útil (aumento de 21,1% em relação ao mesmo período de 2017).
O crescimento das importações foi motivado, principalmente, pela elevação das quantidades importadas, que cresceram 15,69% neste ano, enquanto que os preços dos produtos avançaram 5,07% nos sete primeiros meses de 2018.
Mês de julho
Somente em julho, ainda segundo informações oficiais, as exportações superaram as importações, resultando em saldo comercial positivo de US$ 4,227 bilhões.
Com isso, registrou queda frente ao mesmo mês do ano passado, quando o superávit da balança comercial somou US$ 6,285 bilhões.
O Ministério do Desenvolvimento informou que houve a importação de uma plataforma de petróleo da China no valor de US$ 1,6 bilhão no mês passado, o que impactou o resultado.
Segundo o governo, as exportações somaram, em julho, US$ 22,870 bilhões (alta de 16,4% na comparação com o mesmo período do ano passado) e, as importações, US$ 18,643 bilhões (alta de 42,7%).
No caso das exportações, aumentaram, nesta comparação, as vendas externas dos produtos básicos (+48,3%), mas recuaram as transações com produtos semimanufaturados (-11,8%) e manufaturados (-6,2%).
Do lado das importações, cresceram as compras bens de consumo (+20,1%), de bens intermediários (+22,3%), de combustíveis e lubrificantes (+0,5%), e bens de capital, ou seja, máquinas e equipamentos para produção (+239,8%).
Estimativas para 2018
A expectativa do mercado financeiro para este ano é de piora do saldo comercial na comparação com 2017, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada.
A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 58 bilhões nas transações comerciais do País com o exterior para 2018. Para o Ministério da Indústria, o saldo positivo ficará na casa de US$ 50 bilhões neste ano.
O Banco Central, por sua vez, prevê um superávit da balança comercial de US$ 61 bilhões para este ano, com exportações em US$ 228 bilhões e importações no valor de US$ 167 bilhões.