Domingo, 20 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de janeiro de 2019
O STF (Supremo Tribunal Federal) acertou um contrato de aproximadamente R$ 2,8 milhões para a compra de 14 veículos blindados para utilização pelos 11 ministros do tribunal. A previsão é a de que os novos carros sejam entregues dentro de três meses.
Todos os veículos são do modelo Ford Fusion SEL, que terão um custo unitário de R$ 137,8 mil, totalizando R$ 1,93 milhão aos cofres públicos apenas com a aquisição dos automóveis. Já a blindagem de cada um deles sairá por R$ 61,8 mil, resultando em um gasto de R$ 866 mil.
O valor final do contrato, de R$ 2,79 milhões, ficou abaixo do teto de R$ 3,2 milhões previsto inicialmente no edital de licitação. A compra dos blindados foi antecipada pela imprensa em novembro do ano passado.
“Os carros vão atender perfeitamente os requisitos solicitados em edital pelo tribunal. São veículos modernos, de última geração, blindados, que vão garantir a segurança dos ministros. O melhor outdoor que podemos ter hoje é saber que temos um produto no Supremo, transportando autoridades”, disse o diretor da Pottencial Soluções Governamentais, Humberto Miana.
Vencedora da licitação no STF, a Pottencial já forneceu veículos para a Marinha, Presidência da República e TJ-AP (Tribunal de Justiça do Amapá).
Ameaças
Ao longo do ano passado, foram registradas ameaças a ministros do Supremo. Em abril, o Supremo ampliou de cinco para sete o efetivo à disposição no Paraná para a segurança do ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin, após o magistrado relatar ameaças a familiares.
Em outubro, a ministra da STF e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Rosa Weber, também foi alvo de ameaças, que motivaram a abertura de investigação. Ela chegou a andar escoltada por agentes de segurança durante o período eleitoral.
Um levantamento realizado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em maio do ano passado apontou que, de cada mil magistrados em atividade no País, seis estão sob ameaça. Os riscos na atuação profissional são maiores para juízes de primeira instância (categoria em que a média sobe para 7 em cada mil) e menores para desembargadores, quando o índice cai para 2 por mil.
Ao todo, 30 dos 82 tribunais citados na pesquisa relataram casos de ameaças, contabilizando 110 magistrados em situação de risco no ano passado.
O estudo do CNJ constatou ainda que 97% das ameaças decorrem da atuação dos magistrados e que o potencial agressor é conhecido em 65% dos casos. E não são apenas os juízes criminais que sofrem ameaças, ofensas e tentativas de intimidação – as áreas de atuação que trazem mais riscos são as Varas de Família, do Trabalho e os casos de violência doméstica.
Ainda segundo a pesquisa do Conselho Nacional de Justiça, os dispositivos mais acionados para dar proteção aos magistrados no ano passado foram reforço de segurança no local de trabalho (45% dos casos), escolta total (35%), veículo blindado (31%), escolta parcial (29%) e colete à prova de balas (15%). Em 4% das situações, os juízes mudaram de local.