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O Supremo mandou um recado ao PT para que partido baixe o tom contra Judiciário

Ministros do Supremo reunidos em sessão. (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O STF (Supremo Tribunal Federal) mandou recado ao PT: se alguma chance existe de a corte soltar Lula caso ele seja preso, ela pode desaparecer caso a legenda suba o tom de suas críticas contra o Judiciário.

Na entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo publicada na segunda (29), a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, repetiu que confia nas cortes superiores.

Antes da condenação de Lula, a senadora usou a expressão “vai ter que matar gente” caso ele fosse preso. Ela falou sobre o que pode acontecer a partir de agora. “Nós ainda temos recursos judiciais para apresentar tanto ao STJ [Superior Tribunal de Justiça] quanto ao STF [Supremo Tribunal Federal]. Não acredito que a corte suprema vai deixar acontecer uma barbaridade dessas. Seria uma violência não só contra o Lula, mas contra a democracia e o povo brasileiro, pela representatividade que ele tem no País”, defendeu.

“Nós entendemos que a sentença do TRF-4 [Tribunal Regional Federal da 4ª Região] é eminentemente política. Não há provas [contra Lula]. Evidências não podem condenar ninguém. O STF vai recolocar as coisas nos eixos.
Nós avaliamos que o tribunal não permitirá essa violência. Esse processo dá margem a todos os recursos possíveis e imagináveis. Ele tem problemas de conteúdo, de uma condenação sem prova e sem crime, e problemas formais que podem gerar nulidade”, completou.

Já sobre a decisão do TRF-4, a presidente do PT afirmou que não respeita. “Nós não respeitamos porque ela é injusta. Não respeitamos no sentido de usar todos os recursos e instrumentos que temos para derrubá-la. E conscientizar o povo de que foi uma decisão política. E sob os holofotes. É um absurdo o TRF-4 ter gasto R$ 14 milhões em publicidade e comunicação em 2017. Nosso pessoal do jurídico já estuda medidas. O doutor Thompson Flores [presidente do TRF-4] tem que explicar onde gastou esse dinheiro”, cobrou Gleisi.

Greve de fome

A possibilidade de Lula fazer greve de fome na prisão caso seja detido por muito tempo já começa a ser aventada por apoiadores dele. O ex-presidente fez uma greve de fome quando foi preso pela ditadura, em 1980.

Ministro 

O ministro Luiz Fux diz que “jamais trocaria o STF pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral)”. Questionado sobre a possibilidade de não assumir a vice-presidência da corte, em setembro, para estender seu mandato na presidência do tribunal eleitoral e comandar o pleito de 2018, ele descarta a ideia.

Uma brecha no artigo que trata da composição dos tribunais eleitorais alimentou recentemente articulação para que Fux estendesse seu mandato no TSE.

Candidatos

 A família de Michel Temer reage a qualquer conversa sobre uma possível candidatura dele à reeleição. A ideia de se candidatar ainda não saiu da cabeça do presidente.

Ele acha que, se a reforma da Previdência for aprovada, a economia ganhará impulso e sua popularidade começará a subir.

Temer acredita que poderia até empatar com Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que tem 8% na pesquisa Datafolha. O presidente passaria, assim, a disputar com o tucano o papel de “candidato do centro”. Com a vantagem de ter a caneta na mão.

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