Domingo, 20 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2025
O Supremo Tribunal Federal (STF) não pode desprezar as críticas internacionais que está sofrendo pela condução do inquérito do golpe. A avaliação foi feita por magistrados da Suprema Corte, após a revista inglesa The Economist publicar que o Judiciário do Brasil é definido como um sistema de “juízes com poder excessivo”, personificado pelo ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “juiz estrela”. Procurada, a Corte não comentou.
Se antes os ministros do STF ouviam principalmente elogios no exterior, especialmente no ambiente acadêmico, por evitarem um golpe de Estado do Brasil, agora também são alvo de contestações. Em evento organizado por estudantes brasileiros de Harvard, no sábado (12), o ministro Gilmar Mendes, por exemplo, foi indagado sobre o Supremo extrapolar seu papel.
Para um ministro, a publicação inglesa apenas ressona o pensamento do establishment econômico que transitava no entorno de Bolsonaro, e que já questionava o STF. Mesmo assim, admitiu, sob reserva, ser preciso considerar o avanço das críticas no cenário internacional.
Um integrante da Corte considerou, também, que a Transparência Internacional deu mais visibilidade às críticas sobre a atuação do STF. A revista conta que a ONG é alvo de uma “investigação duvidosa”.
Alexandre de Moraes
A imprensa internacional tem questionado a atuação do ministro Alexandre de Moraes e apontado supostos poderes excessivos. A revista britânica The Economist chegou a sugerir “moderação” à Corte em uma das duas reportagens sobre o Judiciário brasileiro publicadas nesta semana.
Intitulado “A Supremo Corte do Brasil sob julgamento”, em tradução livre, um dos textos diz que a democracia no Brasil vem sofrendo diante do que chama de políticos “podres” ou “corruptos”. Mas também endereça o que enxerga como outro problema: juízes com um excesso de poder. E avalia que ninguém personifica melhor a situação do que Alexandre de Moraes.
“Seu histórico mostra que o Poder Judiciário precisa ser reduzido”, diz.
A The Economist avalia que a quantidade de volume de conteúdo descontrolado na internet brasileira é avassaladora. No entanto, considera que Moraes já se excedeu gravemente. Por exemplo, quando ordenou ações contra empresários bolsonaristas devido ao conteúdo de mensagens privadas.
A Economist ressalta que, até de maneira surpreendente para quem é de fora, Moraes só trabalhou para políticos de centro-direita antes de ingressar no Supremo. E, agora, o veículo considera haver um componente pessoal para o que chama de campanha de Moraes. (Com informações do Estado de S. Paulo e da CNN Brasil)