Para o jogo amistoso contra a Argentina, às 14h desta sexta-feira (horário de Brasília) em Riad, na Arábia Saudita, o técnico Tite tem pela frente um desafio: acabar com o desconfortável jejum de quatro partidas sem vitórias da Seleção Brasileira, desde a conquista do título da última Copa América. Ele minimiza um pouco o peso desta sequência que tem deixado a desejar: o discurso é de valorização de seu bom retrospecto em jogos oficiais (válidos por competições) à frente da “Canarinho”.
Depois de ter assumido o comando da equipe nacional, em junho de 2016, no lugar do então demitido Dunga (que ocupava o cargo pela segunda vez), o treinador conduziu a equipe a uma grande campanha nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. No Mundial na Rússia, acabou amargando a eliminação diante da Bélgica nas quartas-de-final, mas neste ano festejou uma espécie de “volta por cima” com a conquista da Copa América.
“São etapas que acontecem, situações, e temos que analisar cada uma delas”, declarou em entrevista coletiva nessa quinta-feira, em Riad. “Queremos resultados e não estamos satisfeitos. Mas também sei que é uma etapa, e o resultados de todos os momentos nesta etapa de preparação é o menos importante. Nas Eliminatórias teve resultado? Teve. Na Copa do Mundo? Não. Na Copa América? Teve. Sei das etapas e sei da responsabilidade do técnico da Seleção.”
Tite já comandou a seleção em 46 partidas, sendo que metade delas foram amistosos, como por exemplo os últimos quatro realizados depois da Copa América. Foram três empates depois do torneio continental: um por 2 a 2 com a Colômbia e dois por 1 a 1 com Senegal e Nigéria, além de uma derrota por 1 a 0 para o Peru. A sequência voltou a colocar em xeque o trabalho do treinador, mas ele lembrou que não pode levar em conta apenas o retrospecto mais recente ao analisar o seu desempenho e o próprio futebol apresentado pelo Brasil.
“São 23 jogos oficiais, traduzindo em números (o retrospecto). Sem fingir modéstia, me orgulha a forma de a equipe jogar, tem média de 2,2 gols por jogo. Destes 23, foram 17 vitórias. A equipe gosta de jogar, propõe, é alegre sem ser irresponsável. A ideia está bem clara nesses 23 jogos”, ressaltou o gaúcho que já comandou Grêmio, Inter, Caxias, Corinthians e outros clubes.
“Reinvenção”
Em seguida, porém, o comandante reconheceu que ele e a própria Seleção Brasileira estão passando por um processo de reinvenção na busca para atingir resultados expressivos neste ciclo que visa principalmente a Copa do Mundo de 2022, no Catar (Oriente Médio).
“Agora a equipe está num período de se reinventar, ela e seu técnico, eu me reinventando em cima de novos jogadores. Estamos nos reinventando para uma competição que vem em seguida. Mas dentro de uma ideia”, completou o técnico, se referindo às Eliminatórias para o Mundial de 2022, que começarão em março do próximo ano.
Depois de encarar a Argentina, o Brasil terá pela frente a Coreia do Sul na terça-feira, em amistoso que ocorrerá em Abu Dabi, nos Emirados Árabes. Será o último compromisso da equipe nacional na temporada, na qual a seleção acumula sete vitórias, seis empates e uma derrota. Ao total desde quando assumiu a seleção, Tite contabiliza 33 triunfos, dez empates e três revezes, um aproveitamento de 78,9%.