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O teto que virará piso

Atualmente, 17,5 milhões de famílias são atendidas pelo programa social do governo federal. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Recentemente foi decidido mais um capítulo da longa “briga” pelo aumento do teto salarial do Poder Executivo de Porto Alegre. Os salários, que em um primeiro momento não tinham teto nenhum, foram limitados em R$ 19 mil, depois em R$ 19.400 e agora devem chegar a R$ 35.400. Um impacto anual de 35 milhões aos cofres públicos.

Diferentemente do argumento de muitos de que “Não é o momento para isso” devido à delicadeza das finanças municipais e ao combate à Covid-19, quero deixar claro que NUNCA deve ser apropriado um aumento de quase 100% em qualquer salário ou teto do funcionalismo público.

Por meio de inúmeras negociações como a que fez o prefeito Nelson Marchezan Júnior “mudar de lado” na luta pela estipulação do teto, os cerca de 500 servidores beneficiados, sendo metade deles oriundos de instituições públicas como a Carris, trouxeram seus salários a esses patamares exorbitantes em uma realidade em que falta saúde, educação, segurança.

A grande questão é a atitude irresponsável que as gestões públicas de Porto Alegre estão apresentando. Devemos espalhar a notícia desse ultraje da centralização do poder do Estado na esperança de mudarmos o futuro. Caso contrário, os próximos capítulos serão tetos extraordinários que serão tomados por pisos. Tudo à custa, não da gestão que decidir, nem da gestão que terá que pagar, mas daqueles que pagam impostos.

 

 

Anderson Pavei – empresário e associado IEE

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