A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais nesta semana para disparar uma saraivada de críticas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A razão da investida foi um artigo publicado na última segunda-feira (11) pelo jornal Folha de S.Paulo, assinado pelo ex-mandatário, intitulado “Aceitem a democracia”.
“Ler que Jair Bolsonaro defende a democracia é parecido com ler artigo de um assassino defendendo o direito à vida”, declarou Gleisi em seu perfil no X (ex-Twitter).
“É como apagar da memória do país que o inelegível chefiou uma tentativa de golpe armado contra o presidente eleito, com gente que planejava o sequestro dos presidentes da República e do STF; que tentou sabotar o processo eleitoral e fraudar o resultado”, continuou a petista, se referindo a suposta ligação do ex-presidente aos atos de 8 de janeiro.
A deputada chamou ainda o ex-presidente de “chefe de uma extrema direita que prega o ódio e pratica a violência” e criticou o jornal pela “repugnante tentativa de normalizar um extremista”.
Em retaliação, Bolsonaro publicou, em sua conta no X, uma curta e grosseira resposta à petista: “A amante está nervosa”, em referência ao codinome supostamente atribuído a Gleisi na planilha de pagamentos de propina da Odebrecht, vazada em meio ao furor da Operação Lava-Jato, em 2016.
Artigo
O artigo de opinião assinado por Bolsonaro exalta a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, celebra avanços do “respeito às famílias e à religião” e do “patriotismo” e fala em “ataque dos veículos de comunicação” a políticos de direita.
“A moda é nos acusar de inimigos da democracia. Mas quem mostra dificuldade de aceitar a democracia é a esquerda”, acrescenta o texto. O autor rebate as acusações de “extremismo” e comemora a vitória da “vontade popular” com a escolha de candidatos de direita nas eleições municipais de 2024.
Derrotado na campanha à reeleição em 2022 quando concorreu com o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro foi condenado à inelegibilidade até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em ações por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante seu mandato, quando convocou uma reunião com diplomatas estrangeiros para questionar a segurança das urnas eletrônicas e a lisura das eleições brasileiras.