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Por Redação O Sul | 5 de maio de 2019
O volume de contêineres transportados por ferrovias cresceu 15% em 2018. O movimento pode ter sido influenciado pela tabela do frete, segundo Fernando Paes, diretor-executivo da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
O número voltou a subir no ano passado após dois recuos seguidos devido à crise. Antes, cresceu entre 2012 e 2015.
“A insegurança do transporte rodoviário desde a paralisação dos caminhoneiros fez muitas empresas olharem alternativas, e as ferrovias são cada vez mais competitivas”, afirma Paes.
O tabelamento não é o único fator que explica a tendência, mas fez com que mais companhias considerassem o modal ferroviário, segundo ele.
A retomada de crescimento do PIB e os investimentos realizados pelas concessionárias das ferrovias nos últimos anos, que reduziram o tempo médio das viagens, também devem ser levados em conta.
O transporte de minérios e grãos responde por cerca de 90% da demanda atual das ferrovias, mas grupos como MRS e Rumo têm dado atenção crescente às cargas em contêineres, segundo ele.
O uso do modal para importação e exportação, mais tradicional, tem sido complementado pela demanda crescente de transporte interno.
“Projetamos aumento de 30% no total de contêineres carregados neste ano”, diz Marcelo Saraiva, diretor comercial e de operações da Brado, marca da Rumo voltada a esse tipo de transporte.
Dos 492,1 mil TEUs (medida-padrão de um contêiner de 20 pés) carregados em 2018 no país, a Brado foi responsável por 268 mil.
A marca transporta 61 tipos de produtos, de farinha a eletrônicos, de carne a cerveja. São atendidas hoje cerca de 160 empresas.
“A paralisação dos caminhoneiros abriu a cabeça dos usuários, mas a alta só foi possível devido aos investimentos que fizemos em infraestrutura desde 2017. Uma viagem de Rondonópolis (MT) a Santos (SP), por exemplo, durava 15 dias e hoje é feita em quatro dias e meio.”
A rota mais demandada para transporte doméstico de mercadorias é entre Campinas e Rondonópolis, diz ele.
O transporte interno é complementado por transportadoras, que fazem percursos de até 300 quilômetros no entorno da malha ferroviária da empresa para fazer cargas e descargas.
Cabotagem
Na busca por alternativas mais baratas e seguras, após a histórica paralisação dos caminhoneiros e o tabelamento do frete, um dos transportes mais beneficiados foi a navegação costeira entre os portos nacionais, a chamada cabotagem. Na média, houve crescimento de 17,5% no volume transportado por cabotagem em todo o país desde o fim da paralisação até fevereiro deste ano, segundo levantamento do Ilos (Instituto de Logística e Supply Chain). Em alguns pontos, como trajetos no sentido Nordeste-Sudeste, a alta passa de 20%.