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Notícias O tratamento mais curto para a doença de Chagas pode ter a mesma eficácia do que o tratamento padrão

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A doença é causada por um parasita encontrado em fezes de insetos. (Foto: Reprodução)

Um tratamento com duração de duas semanas para adultos com doença de Chagas crônica demonstrou ter eficácia semelhante e efeitos colaterais significativamente menores do que o tratamento padrão, que dura oito semanas. Os resultados são de um estudo clínico realizado na Bolívia sob a coordenação da iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi). Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira (14).

Estima-se que a doença de Chagas, que é silenciosa e causada por um parasita encontrado em fezes de insetos, afete seis milhões de pessoas no mundo, podendo causar danos irreversíveis a órgãos vitais e até levar à morte. A aderência ao tratamento padrão e sua toxicidade são uns dos maiores desafios com relação à doença.

O estudo de fase II procurou melhorar a segurança, tolerabilidade e eficácia do tratamento com o medicamento benzonidazol, que foi descoberto há meio século. O trabalho, iniciado em 2016, é o primeiro conduzido com placebo para testar durações e dosagens do tratamento com benznidazol, tanto como monoterapia quanto em combinação com outro medicamento, o fosravuconazol.

“Acreditamos que o tratamento possa poupar pacientes do risco de passar o resto da vida com as complicações debilitantes associadas à doença.O tratamento atual pode provocar efeitos colaterais graves, o que frequentemente leva algumas pessoas a não procurarem ou a recusarem o tratamento”, explica Joaquim Gascon, um dos pesquisadores principais do estudo e diretor da Iniciativa de Chagas do ISGlobal.

Outro pesquisador envolvido no estudo, Faustino Torrico, presidente da Fundação CEADES, da Bolívia, chama atenção para como o resultado do trabalho, apontando um tratamento mais curto e seguro, pode “transformar o paradigma do tratamento”.

“Melhorando a adesão e incentivando a adoção mais ampla pela comunidade médica”, diz.

Resultados semelhantes

Todos os braços do estudo, tanto em monoterapia quanto em combinação, demonstraram ser eficazes. Oitenta por cento dos pacientes do grupo que recebeu a dose padrão de benznidazol, mas por duas semanas em vez das oito usuais, não apresentaram sinais do parasita no sangue seis e 12 meses após a conclusão do tratamento.

Um resultado semelhante também foi observado no grupo que seguiu o tratamento padrão, de oito semanas. Nenhum dos pacientes no grupo com a duração reduzida interrompeu o tratamento. Em média, dois de cada dez que seguiram o tratamento com a duração padrão com benznidazol o abandonaram devido aos efeitos colaterais.

“Estes resultados renovam as esperanças de quem vive com esta doença silenciosa e podem transformar a realidade do acesso ao tratamento em países nos quais a doença é endêmica”, aponta Sergio Sosa Estani, diretor do Programa Clínico de Chagas da DNDi. “Com um regime muito mais simples, não há desculpa para não tratar quem têm doença de Chagas.”

Agora, acrescenta Estani, a DNDi continuará trabalhando com programas nacionais, parceiros e governos de países endêmicos para confirmar os resultados e incentivar que tomem as medidas necessárias para registrar o novo regime.

 

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