Quinta-feira, 06 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de março de 2019
O vice-presidente Hamilton Mourão garantiu, em entrevista na Rede TV, que seu relacionamento com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) “é excelente” e que os dois são “complementares”. Mourão também ironizou as declarações do escritor Olavo de Carvalho, considerado “guru” do governo Bolsonaro, que recomendou aos seus alunos que deixem os cargos que ocupam no governo. Carvalho disse ainda se arrepender a candidatura de Mourão.
“Bolsonaro e eu somos complementares. Ele tem a maneira dele de agir. O admiro muito, pois ele não esconde nada, tem um coração muito grande. Sempre está disposto a se sacrificar pelo País. No que eu puder assessorar ele, eu farei”, afirmou Mourão.
“O Olavo de Carvalho acha agora que eu sou comunista. Paciência”, reagiu o vice.
Mourão também minimizou a influência dos filhos de Bolsonaro no governo. “O presidente Bolsonaro é o primeiro na história da República que tem três filhos políticos. O tempo vai colocar cada um na sua função precípua, sem maiores problemas”, alegou.
Discurso
Na semana passada, Hamilton Mourão disse que o presidente Jair Bolsonaro foi mal interpretado ao afirmar, durante um discurso na última quinta-feira, que a democracia e a liberdade só existem “quando as Forças Armadas querem”.
“Na verdade, o presidente falou que onde as Forças Armadas não estão comprometidas com democracia e liberdade, esses valores morrem”, argumentou. “É o que acontece na Venezuela, por exemplo. Lá, as Forças Armadas rasgaram esses valores.”
Questionado se a fala de Bolsonaro teve um tom ameaçador, Mourão negou. Para ele, o Brasil é um exemplo do comprometimento dos militares com esses princípios: “Onde as Forças Armadas não são comprometidas com democracia e liberdade, elas não subsistem”.
Mourão não quis responder sobre outros temas, como as postagens controversas de Bolsonaro durante o Carnaval. No que se refere às críticas feitas a ele pelo escritor Olavo de Carvalho – espécie de “guru da nova direita brasileira” – ele apenas sorriu, despedindo-se das câmeras e microfones. “Beijinhos”, encerrou a conversa.
Já o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), o também general Augusto Heleno, garantiu não haver motivos para polêmica na fala do chefe do Executivo – que antes de se tornar deputado federal também foi capitão do Exército.
“Não vejo nada demais na declaração”, afirmou Heleno. “Ele estava fazendo um discurso em comemoração dos 111 anos do corpo de fuzileiros navais e apenas falou o que todo mundo sabe: as Forças Armadas são o baluarte da democracia e da liberdade. Historicamente, em todos os países do mundo.”