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Relatório final disse que o voo com a delegação da Chapecoense entrou em alerta de emergência 40 minutos antes de cair. A falta de combustível da aeronave causou a morte de 71 pessoas

Setenta e uma pessoas morreram na tragédia. (Foto: Reprodução)

A Aeronáutica Civil da Colômbia apresentou nesta sexta-feira (27) as conclusões do relatório final do desastre com o avião da Chapecoense, apontando que, 40 minutos antes do acidente, a aeronave já estava em emergência e a tripulação nada fez, mesmo tendo indicações na cabine, como luz vermelha e avisos sonoros.

O avião da empresa Lamia caiu no dia 28 de novembro de 2016, deixando 71 mortos. A investigação confirma que o combustível da aeronave era insuficiente para o voo entre Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) e Medellín (Colômbia) sem a escala prevista.

O acidente ocorreu por esgotamento de combustível como consequência da falta de gestão de risco apropriada pela Lamia, afirmou a autoridade de aviação civil colombiana, que classificou a situação como algo “inconcebível de acontecer”. Sem o combustível, os motores pararam de funcionar, e o avião planou até bater.

Entre as principais conclusões apresentadas na Colômbia estão: o contrato previa escala entre São Paulo e o aeroporto de Medellín, mas a empresa planejou voo direto; o controle de tráfego aéreo desconhecia a “situação gravíssima” do avião; a tripulação era experiente, com exames médicos em dia; a Lamia estava em situação financeira precária e atrasava os salários dos funcionários; a empresa tinha desorganização administrativa; a Lamia não cumpria determinações das autoridades de aviação civil em relação ao abastecimento de combustível.

Quando foi apresentado o relatório preliminar, já havia sido destacado que o piloto Miguel Quiroga estava consciente de que o combustível que tinha não era suficiente. Segundo o relatório, ele “decidiu parar em Bogotá, mas mais adiante mudou de ideia e foi direto para Rionegro”.

A Aeronáutica Civil colombiana reforçou que o relatório final não se destina a apontar culpados para que sejam punidos, mas esclarecer as circunstâncias do acidente para permitir que sejam adotadas medidas preventivas que evitem novos acontecimentos como o da tragédia da Chapecoense.

Relatório preliminar 

A Aeronáutica Civil da Colômbia já havia revelado detalhes da tragédia em um relatório preliminar, em dezembro de 2016, sobre o acidente. Segundo o secretário de Segurança Aérea da entidade, coronel Fredy Bonilla, as gravações da cabine de comando mostram que o piloto e o copiloto conversaram sobre a possibilidade de fazer escala em Leticia (Colômbia) ou em Bogotá “porque o avião se encontrava no limite de combustível”, mas acabaram não fazendo isso.

Além da falta de combustível, a investigação descobriu que o avião da Lamia levava um peso maior do que o permitido: 500 quilos a mais do que o máximo tolerado. Mas, segundo Bonilla, “esse achado não é um fator prioritário para o acidente em si”. A maioria das gravações de áudio apresentadas em Bogotá foram extraídas das caixas-pretas examinadas em Londres pelos fabricantes dos aparelhos, especificou Bonilla. 

Outra irregularidade encontrada é que o avião supostamente não estava certificado para voar acima de 29 mil pés. No plano de voo apresentado à Bolívia foi anotado que voaria a 30 mil pés. A aprovação desse plano de voo, portanto, não foi correta, afirmou, na época, Bonilla.

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