Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de março de 2016
Sem poder devolver objetos esquecidos nos quartos, um motel de Brasília resolveu montar um bazar com o que os clientes deixam para trás. O catálogo vai desde calças usadas a relógios de luxo da marca Rolex, passando por fichas de sinuca, muletas abandonadas e algemas de sex shop. Com o dinheiro da revenda dos artigos, o motel Flamingo banca – há mais de dez anos – comemorações internas, ajuda na compra de material escolar das famílias de funcionários e até empresta para trabalhadores endividados.
Por questão de sigilo, só é possível tentar devolver os bens até o limite das dependências do motel. “Passou da garagem, não tem mais jeito de a gente ir atrás porque pode expor o cliente”, afirma a gerente Elza Bezerra, que administra o local desde a construção – há 15 anos. Ela coleciona histórias de gente “esquecida”.
“Aconteceu de um casal que saiu sem pagar esquecer a dentadura dentro da suíte. A gente até devolveu, mas lembrou que tinham esquecido também a conta.”
Se alguns clientes levam na brincadeira, outros têm vergonha em voltar para recuperar os pertences. “Já teve gente que esqueceu o carro porque eles estavam em dois casais e acabaram entrando no mesmo veículo. Esses riam muito. Mas alguns ficam constrangidos, principalmente quando esquecem objetos eróticos, como boneca inflável. Eles ligam falando baixinho.” Segundo o motel, são devolvidos 70% dos acessórios abandonados.
O bazar acontece quase todos os anos. Só com a venda dos objetos esquecidos, o motel consegue tirar, em média, 2,8 mil reais.