Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 15 de junho de 2017
Em sete países do exterior nos quais a Odebrecht delatou propinas, as obras feitas pela construtora tiveram custos adicionais de mais de 6 bilhões de dólares em relação aos valores iniciais dos contratos no período de 2001 a 2016.
As principais causas nos aumentos dos valores dos projetos foram inclusões, extensões de prazos ou alterações de engenharia realizadas depois que as licitações já haviam sido ganhas pela Odebrecht. Ou seja, em geral essas situações levaram à necessidade de mais obras, porém elas não passaram por concorrências públicas e também acabaram sendo executadas pela construtora brasileira.
Em dezembro, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou documento relativo ao acordo de delação no qual descreve genericamente que os subornos indicados pela empreiteira estão relacionados “a mais de 100 projetos em doze países”.
O relatório norte-americano indica o repasse de propinas a autoridades de Angola, da Argentina, do Brasil, da Colômbia, da República Dominicana, do Equador, da Guatemala, do México, de Moçambique, do Panamá, do Peru e da Venezuela.
Em muitos desses países, já há investigações das autoridades locais sobre os aumentos nos preços das obras da empreiteira e algumas das apurações já levaram à decretação da prisão de políticos. A maioria dos projetos com elevação de preços da construtora na América Latina e África é de infraestrutura.
Colaboração
No acordo assinado com a Odebrecht, o Ministério Público Federal brasileiro assumiu o compromisso de somente repassar informações para os países que aceitarem a condição de não usar as provas compartilhadas contra a empreiteira.
Fora do Brasil, até agora a Odebrecht só conseguiu assinar acordo de delação premiada com as autoridades da República Dominicana.No Equador, na Colômbia e no Peru as negociações estão bem adiantadas. Nestes dois últimos, a construtora já conseguiu fechar pré-acordos de colaboração.