Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de janeiro de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Seria a obrigatoriedade de voto a forma mais correta de decidirmos quem vai nos governar? É complicado refletirmos sobre esse assunto, mas, ao mesmo tempo, todos conhecem aquele amigo, ou parente próximo, que não se interessa por política ou que não dedica tempo a ela. Por essa e por outras razões, muitos acabam por não saber em quem votar até momentos antes da eleição. Ou, pior, são facilmente iludidos por propostas mirabolantes, chegando até a “oferecer” seu voto em troca de algo.
A descrença atual na classe política como um todo contribuiu ainda mais para isso. Cada vez menos as pessoas se interessam pelo assunto. Por outro lado, cada vez mais o Estado aumenta e consequentemente os políticos têm mais poder. Ao mesmo tempo, tal alienação faz com que o voto facilmente seja baseado em pensamentos extremistas, o que é visível em tempos como o que vivemos atualmente. Constantemente a polarização acaba por contribuir para o cenário de indecisão. Isso ocorre também devido ao afastamento do assunto, caminho que a maioria das pessoas acaba por seguir, tornando-se alvos fáceis de recebimento de informações falsas derivadas de fontes extremistas.
O resultado é a alienação política geral, fazendo com que a grande maioria da população brasileira não tenha justificativa autoral e verdadeira para suas escolhas de candidatos – o que cria espaço para grupos de interesse políticos, empresários corporativistas e políticos corruptos nascerem, devido à alienação. Estamos muito atrasados para uma mudança na nossa estrutura política, especialmente na forma como elegemos nossos representantes.
Do jeito que está, toda a população brasileira votante é obrigada a tomar decisão sobre o futuro do País. Convenhamos que é uma decisão muito importante para deixar nas mãos de pessoas que não têm o mínimo interesse de se informar sobre o assunto, certo? O grande porém disso tudo não é o fato de todos serem obrigados a votar, mas, sim, a tamanha importância que tem o voto de cada brasileiro devido à grandiosidade do Estado. Não sou a favor da remoção do direito de voto de todos, mas acho que, com a remoção da obrigatoriedade, teríamos a chance de reduzir um pouco esse sistema corrupto que gira em torno do processo eletivo.
Logo, o foco está em diminuir o tamanho dessa máquina estatal que gera todos esses problemas que temos atualmente. Para que isso ocorra, é preciso tornar nosso sistema de escolhas menos vulnerável a corruptores. É preciso empoderar aqueles que dedicam tempo estudando todas as complexidades que giram em torno da política. E mais importante que tudo isso, é preciso conscientizar-se de que o interesse sobre o assunto política é primordial para discutirmos o futuro do País. Estamos sendo diariamente roubados e explorados, e novamente temos diversos candidatos com as mesmas intenções querendo se eleger em 2018. Não podemos deixar que isso continue. O Estado precisa diminuir o mais rápido possível! É preciso acordar o gigante brasileiro que está adormecido no meio deste mar de problemas que temos. Se você reclama sobre a nossa estrutura política, chegou a hora de agir.
Rodrigo Leke Paim, publicitário e associado do IEE.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.