A PF (Polícia Federal) realizou nesta sexta-feira (14) uma operação contra um esquema de superfaturamento de 42 milhões de reais nas obras da Arena Pernambuco, em Recife, a cargo da Odebrecht. Há suspeitas de que uma organização criminosa foi montada para corromper agentes públicos com vistas a favorecer a construtora na licitação para o empreendimento e viabilizar financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A empreiteira também é alvo da Operação Lava-Jato, que apura desvios de recursos da Petrobras.
Na ação, batizada de Fair-Play, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão em Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal. Nesses locais, a PF vasculhou endereços da Odebrecht e de dois de seus executivos. Os agentes também foram ao escritório de parceria público-privada do governo de Pernambuco.
Uma das maiores construtoras do País, a Odebrecht foi a responsável por obras de quatro estádios da Copa. Os investigadores suspeitam de fraude na concorrência internacional que viabilizou a parceria público-privada para a obra da Arena Pernambuco, firmada entre o governo do Estado e a Odebrecht em fevereiro de 2010.
O nome da operação remete à abertura da Copa das Confederações no Brasil, em 2013. Na ocasião, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, pediu fair-play (conduta leal, respeito) à torcida que vaiava a presidenta Dilma Rousseff no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.