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Por Redação O Sul | 24 de abril de 2017
Documentos sigilosos saíam do Ministério da Fazenda para a Odebrecht. O delator Antônio de Castro Almeida contou que o servidor Flávio Dolabella repassava para a construtora atas do Cofig (Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações). Com isso, ajudava a empresa a se preparar para conseguir financiamento de obras que seriam tocadas pela Odebrecht no exterior.
“A gente tomava ações administrativas gerenciais ali em função disso”, afirmou o ex-executivo. Ele disse ainda que o servidor recebia uma mesada da empresa. “O Flávio Dolabella recebia R$ 15 mil por mês”, disse.
O delator também contou que outra ajudante da Odebrecht foi a então secretária-executiva da Camex (Câmara de Comércio Exterior), subordinada ao Ministério da Indústria e Comércio Exterior. Lytha Spíndola, segundo Castro, atuava dentro do órgão pra agilizar os projetos de interesse da Odebrecht. Ele afirmou que o acerto era feito com o filho dela.
A Odebrecht , segundo contaram delatores, ia aonde precisava, para conseguir informações privilegiadas. A Câmara foi um desses lugares. Nesse caso, a ajuda teria vindo de um deputado que entregou documentos de sessões secretas da CPI da Petrobras.
O delator José de Carvalho disse que foi atrás do deputado João Bacelar (PR-BA) para conseguir o material. João Bacelar recebeu doações da empresa para as campanhas de 2006, 2010 e 2014. (AG)