Um laudo da PF (Polícia Federal) que faz parte da Operação Lava-Jato aponta “fortes indícios” de que a construtora Odebrecht comprou um imóvel avaliado em R$ 12,3 milhões para ser a nova sede do Instituto Lula em São Paulo. A informação foi publicada nesta sexta-feira (06) pelo jornal Valor Econômico.
Segundo o documento, participaram diretamente da negociação do imóvel Roberto Teixeira, advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira; e o pecuarista José Carlos Bumlai – os dois últimos presos na Lava-Jato.
“Os peritos também observaram que o terreno foi objeto de negociação para atender interesses do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma vez que foi identificada em sua residência comunicação com tratativas para compra da propriedade, mediadas por Roberto Teixeira e tendo como promitente comprador José Carlos Bumlai”, diz o documento da PF.
O laudo mostra uma sequência de e-mails na qual Marcelo Odebrecht pergunta a Branislav Kontic, que foi assessor do ex-ministro Antonio Palocci quando ele era deputado federal, como “mandar uma atualização sobre o novo prédio para o Chefe”.
O Instituto Lula informou em nota que sua “única sede” funciona no bairro Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo. “Não existe nenhuma ‘nova sede’, como bem sabe a imprensa que acompanha o Instituto Lula”, diz a nota. A Odebrecht não quis se manifestar.
O ex-presidente é investigado por suspeita de participar do esquema de corrupção na Petrobras. Nesta terça-feira (03), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia contra Lula ao STF (Supremo Tribunal Federal). (AG)