Líderes militares russos de alto escalão recusaram as ligações de seus colegas norte-americanos desde antes do início da invasão da Ucrânia, disse um porta-voz do Pentágono.
“Durante o mês de fevereiro, o secretário de Defesa, Lloyd Austin e o Chefe do Estado-Maior, Mark Milley procuraram, e continuam a insistir, nas ligações com seus homólogos russos. Até agora, o ministro Sergey Shoigu e o general Valery Gerasimov têm se recusado a se envolver”, disse o secretário de imprensa do Pentágono, John Kirby, em uma declaração.
“Continuamos a acreditar que o engajamento entre os líderes de defesa dos EUA e da Rússia é extremamente importante neste momento”, concluiu.
O exército dos EUA mantém uma linha telefônica de “desconflito” com os militares russos, que o Pentágono testa diariamente. O objetivo da linha é tentar evitar qualquer erro de cálculo que possa agravar a guerra da Rússia com a Ucrânia, que está às portas do território da Otan.
Os Estados Unidos acreditam que a recusa da Rússia em realizar reuniões do alto escalão se deve à preocupação no Kremlin de que os encontros arriscariam uma admissão tácita de que existe uma situação anormal na Ucrânia, de acordo com a leitura dos EUA.
Enquanto os chefes de Estado de vários aliados norte-americanos – incluindo o presidente francês Emmanuel Macron, o chanceler alemão Olaf Scholz e o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett – têm falado com Putin desde que a invasão russa da Ucrânia começou no mês passado, Biden não o fez.
Após Biden ter rotulado Putin de “criminoso de guerra” em meio ao aumento das baixas civis na Ucrânia, o Ministério das Relações Exteriores russo disse que a observação de Biden “colocou as relações russo-americanas à beira da ruptura”.