Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Fabiane Vitória da Silva | 4 de junho de 2021
Com ou sem vacina, ofício de professor é ser um comprometido na formação dos seres que viverão no futuro.
Foto: Divulgação/SESEsta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Poderia somente esgotar no título a principal mensagem e reflexão necessária para todo cenário que o magistério protagonizou nesta pandemia. Foram tantos personagens, com variados argumentos, próprios e outros tantos introjetados, mas com um único ofício a cumprir, de estar em prontidão para o que existe de mais fundamental na formação de um ser humano e, assim, deste em sociedade: a educação.
É um desafio e tanto este texto, são conceitos complexos e cada um deles carregados de passado, de cultura a ser superada, de mudança que se faz urgente para avançarmos como nação. São décadas de ciência da educação, de estudos da infância, de interfaces de saberes, para cumprir com compromisso e responsabilidade o ofício de ser um formador de gente. Milhares de páginas de livros históricos, filosofias de vida de ser professor, esquecidas, preteridas, desvalorizadas por seus próprios agentes.
Para os leigos, convoco para imagens de grandes professores de filmes clássicos, como por exemplo “Escritores da Liberdade”, “Sociedade dos Poetas Mortos”… Dá para imaginar estes mestres colocando seus alunos para depois em suas vidas? Por um mês, dois, um ano ou mais. Dá para imaginar esses professores cristalizados em nossas memórias nesses personagens movidos a missão de educar condicionando o retorno ao seu ofício de educador de uma geração toda, a uma vacina?
Bem perto de nós, perto de nossas vidas, existem esses queridos mestres, com carinho. Testemunhos da vida real que retornaram para seu palco e mudaram toda a cena na vida de cada ser sedento de educação. Sim, crianças e jovens são naturalmente seres com desejo de aprender, porque é vital crescer e evoluir como ser humano. Foi o professor de matemática diabético que saudou seus alunos com a fala “eu preciso como pessoa estar junto de vocês”. Foram as jovens professoras, centenas e únicas, das escolas infantis, pioneiras e ternas, que voltaram a cuidar da vida das pequenas crianças. E tantos lindos exemplos. Exemplares.
Ofício de professor é estar em prontidão para proteger a vida recém-chegada neste mundo, educá-la, encorajá-la, estar perto, no chão de escola, onde a vida evolui para atuar no mundo. Com ou sem vacina, ou o que mais virá pela frente nesse complexo mundo que vivemos, incerto e desafiador, ofício de professor é ser um comprometido na formação dos seres que viverão no futuro. O ofício é agora, com a chegada da vacina, revisitar sua verdadeira ciência, refletir qual será seu papel neste tempo, no agora e no pós-pandemia.
O ofício é ser um encantador do mundo novo que os mestres de agora terão que ajudar a construir.
Fabiane Vitória da Silva
Pedagoga, diretora executiva da Associação das Escolas Privadas do RS (AEPEI-RS).
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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