Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de novembro de 2019
Ações de remoção das manchas de óleo na sexta-feira em Japaratinga-AL.
Foto: Marinha do BrasilSegundo a Marinha, fragmentos de óleo chegaram à Praia de Grussaí, em São João da Barra, no Rio de Janeiro. Órgãos do governo federal acompanham o desastre ambiental. A força-tarefa informou que o material, detectado na sexta-feira (22), é compatível com o que já foi encontrado na costa do Nordeste e do Espírito Santo.
De acordo com o GAA (Grupo de Acompanhamento e Avaliação), foram encontrados 300 gramas do óleo. Um grupo de militares da Marinha está no local e servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) se reunirão ao grupo ainda neste sábado.
Em um evento militar na manhã deste sábado (23), o presidente Jair Bolsonaro foi questionado sobre a chegada do óleo ao Rio de Janeiro e afirmou que gostaria muito de identificar quem cometeu o que ele chama de “ato criminoso”, e que ainda não é possível saber quanto óleo há no mar.
“Na pior hipótese, um petroleiro, caso tenha jogado no mar toda a sua carga, menos de 10% chegou na nossa costa ainda. Então, nos preparemos para o pior. Pedimos a Deus que isso não aconteça”, afirmou o presidente.
Mais de 700 localidades atingidas
As primeiras manchas de óleo foram localizadas na Paraíba no dia 30 de agosto. Desde então, o óleo já foi localizado em 724 localidades, segundo levantamento do Ibama divulgado na sexta-feira (22). Entre os municípios do litoral nordestino, principal região do Brasil atingida, 72% dos municípios tiveram praias afetadas.
Origem
Ainda não foram concluídas pelo governo federal as investigações sobre a origem do óleo. As investigações já apontaram que a substância é a mesma em todos os locais afetados: petróleo cru. Uma investigação da Polícia Federal no Rio Grande do Norte chegou a apontar que o navio grego Bouboulina como o principal suspeito pelo vazamento. A Marinha disse que a embarcação é uma entre as 30 suspeitas.
A Delta Tankers, responsável pelo navio, afirma ter provas de que o Bouboulina não tem relação com o incidente. A Delta foi notificada pela Marinha brasileira junto com responsáveis por outras quatro embarcações de bandeira grega.
A SkyTruth publicou recentemente um artigo dizendo que não concorda com a análise que aponta suspeitas sobre o Bouboulina. Especializada em monitorar os oceanos por meio de imagens de satélite, a consultoria disse que não viu “nenhuma evidência convincente de manchas ou fontes de óleo nas imagens” e que “não concorda” com as análises publicadas “por outras pessoas que alegam ter resolvido o mistério. Em uma nota técnica, o Ibama diz que “não há condições” de encontrar manchas em alto mar com uso de satélites.