Erasmo Carlos contou em entrevista no “The Noite” (SBT) que conseguiu sozinho se livrar do vício em álcool, que o levou “ao fundo do poço”, segundo ele. “Parei de beber mesmo como eu bebia porque olhei para o fundo do poço e ele me olhou também”, disse na conversa com Danilo Gentili, que vai ao ar nesta segunda-feira (13), Dia Mundial do Rock.
“Graças a Deus consegui sair, mas não foi religião que me salvou, fui eu mesmo que tive força de vontade e minha família me dando exemplo de vida.” Hoje o cantor, ídolo da Jovem Guarda, se limita a um copo de uísque antes dos shows e algumas taças de vinho de vez em quando. Ele não esconde que usou drogas durante a carreira, mas diz que a pior delas sempre foi a bebida.
“Maconha nunca me prejudicou. Só vejo pessoas prejudicadas pelo vício na bebida. O álcool mata mesmo. Sou agradecido a mim mesmo por ter saído dessa.”
Erasmo está prestes a ver sua autobiografia, “Minha Fama de Mau”, virar filme, com Chay Suede no papel principal. Na atração, ele lembrou passagens curiosas da vida, como quando foi preso por roubar de um cinema uma foto de si próprio, e avaliou a mudança na personalidade do início da carreira até hoje. “Eu era briguento, hoje em dia sou um pacifista. Mas não confunda pacifista com covarde. Se tiver um bom motivo eu brigo”, disse.
O rock é machista
Sobre o gênero que lhe deu fama, do qual nunca se separou, ao contrário do maior parceiro, Roberto Carlos, Erasmo analisou: “Todo mundo sabe que o rock é um ritmo muito machista. No meu início as letras eram de um machismo inocente”.
Ele contou ainda que, embora tenha começado fazendo versões de músicas internacionais até lançar, com Roberto, os primeiros rocks em português, hoje não gosta desse tipo de composição.
O músico afirmou, porém, não se considerar um poeta. “Nunca tive a pretensão. Faço os versos com alguma coisa poética. Sou o ‘poeteiro’ Erasmo Carlos.” O “The Noite” vai ao ar a partir da meia-noite. (Folhapress)