A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris causou burburinho entre nomes do conservadorismo brasileiro. Um dos momentos da festa trouxe uma paródia do quadro “A última Ceia”, de Leonardo da Vinci, que faz referência à última refeição de Jesus Cristo com seus apóstolos antes da crucificação.
Na cerimônia, alguns personagens bíblicos foram retratados por drag queens, entre elas, Nicky Doll, ex-participante do reality show RuPaul’s Drag Race.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) protestou: “As Olimpíadas começaram fazendo uma zombaria demoníaca da fé cristã”, escreveu em uma publicação no X.
Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também criticou a apresentação. “Vocês lembram o que aconteceu depois da encenação do Diabo pisando em Jesus no Carnaval de 2019? Com Deus não se brinca”, disse.
Extrema direita
Dois homens se beijando, drag queens recriando a Última Ceia e uma modelo trans: a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 incluiu referências à comunidade LGBTQIA+, o que incomodou uma parte da extrema direita francesa.
Um dos momentos marcantes foi um quadro artístico intitulado “Festividade”. Esta etapa da cerimônia começou com a imagem de um grupo sentado junto a uma mesa, no qual estavam várias ‘drag queens’ célebres, como Nicky Doll, Paloma e Piche.
A cena lembrava a última ceia de Jesus Cristo com seus apóstolos.
Com música da DJ francesa Barbara Butch, militante feminista e lésbica, várias modelos, entre elas Raya Martigny, uma mulher transgênero, desfilaram depois com trajes desenhados por talentos emergentes da moda.
Um pouco antes, em um trecho chamado “Amores parisienses” do quadro “Liberdade”, o diretor artístico Thomas Jolly colocou em cena “uma Paris em que o desejo se afirma e se expressa”, segundo o documento do desenvolvimento do espetáculo.
Após uma “coreografia sensual e aérea que evoca como se gera o desejo”, interpretada por dançarinos com roupas nas da bandeira LGBTQIA+, dois homens se beijaram. O público também pôde ver um trio se trancando em um quarto.
A eurodeputada francesa Marion Marechal reagiu com uma mensagem nas redes sociais.
“Difícil apreciar as estranhas cenas entre Maria Antonietas decapitadas, um trouple [trio amoroso] que se beija, drag queens, a humilhação da Guarda Republicana obrigada a dançar com Aya Nakamura, a feiura dos trajes e das coreografias”, afirmou.
“Procuramos desesperadamente a celebração dos valores do esporte e da beleza da França em meio a uma propaganda woke tão grosseira”, acrescentou a legisladora de extrema direita.
A cerimônia teve cerca de quatro horas de duração. Além das passagens das delegações de atletas pelo Rio Sena, o evento destacou fatos históricos e culturais da França. As informações são do site Metrópoles e da agência de notícias AFP.