Não se poderia esperar trégua após a saída de Lula da prisão, mas o tom extremamente agressivo e de forma tão imediata é uma circunstância perigosa.
Lula diz que “Bolsonaro deve governar para o povo, não para milicianos do Rio”. Afirmação forçada e que não corresponde à realidade.
Bolsonaro pede: “Não dê munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa”. Chamar um ex-presidente de canalha não tem precedente na histórica política. É uma declaração de guerra.
Pior: nada disso contribuirá para encontrar soluções. Apenas promoverá uma briga política e de vaidades que não põe comida na mesa de 13 milhões de desempregados.
O país não deve ficar entregue a uma espécie de “urubucialismo”.
Nos calcanhares
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, atacado por Lula, devolveu: “Não respondo a criminosos, presos ou soltos. Algumas pessoas só merecem ser ignoradas.” A tréplica vem aí.
Não tem mais exclusividade
Antes, só Bolsonaro atacava a Imprensa. Agora, encontrou um parceiro: Lula livre.
Há curiosidade
Lula anunciou ontem que o pilar da oposição será a política do ministro Paulo Guedes. Precisará apontar os aspectos vulneráveis.
A inflação está contida, os juros caem, a Bolsa de Valores bate recordes, a reforma tributária começa a andar e medidas para abrir vagas no mercado de trabalho serão anunciadas.
Lembrete
O Ministério da Economia não é lugar para concurso de popularidade.
Fronteira bem definida
O Brasil está dividido em duas nações. Uma é a metrópole estatal com sede em Brasília e ramificações nos Estados. Seus habitantes não sabem o que é crise, nem morreram em uma fila do INSS. A outra nação reaparece nos anos eleitorais. Vira cenário de um país perfeito que nascerá, garantem muitos candidatos.
Prepotência
Quando o tema reforma política volta à pauta do Congresso, e isso ocorre raramente, os proponentes fazem questão de ignorar que os partidos são dominados por oligarquias. A tática reduz a quase zero a participação de filiados e simpatizantes. A comunicação das direções não passa de um monólogo arbitrário e descontínuo. Os caciques mudam de posições ao sabor de interesses pessoais.
Novo comando
O conselheiro Estilac Xavier assumirá a presidência do Tribunal de Contas do Estado a 9 de dezembro, substituindo Iradir Pietroski. Nascido em Santa Maria, Xavier é formado em Engenharia Elétrica e Direito.
Esqueceram de comparar
Alguns dados para os que defendem o aumento das despesas no setor público: a relação da dívida, somando os governos federal, estaduais e municipais, com o Produto Interno Bruto, está hoje em 77 por cento. Em 1999 era de 43 por cento e, no ano passado, 68 por cento.
Rodando com música
O projeto que denomina de Rodovia Nelson Gonçalves a Estrada do Mar (RS 389) está na lista de votações da Assembleia Legislativa. A iniciativa é do deputado Luiz Fernando Mainardi para homenagear o cantor nascido em Santana do Livramento e que ocupa o terceiro lugar entre os que mais venderam discos no país. À sua frente, apenas Roberto Carlos e a dupla Tonico & Tinoco. O passo seguinte poderá ser a construção de um portal com o dístico “Aqui me tens de regresso”, frase da composição Boemia, um de seus grandes sucessos.
Em busca de uma vaga
Começam a surgir candidatos à Câmara Municipal de Porto Alegre. O advogado Rodrigo Germano Ulzefer, que ainda não escolheu partido, é um deles.
Querem demais
Quando os governos pedem mais sacrifícios aos contribuintes de impostos, deve-se destacar: quem gosta de aperto é barbante.