Quarta-feira, 13 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 23 de abril de 2019
O Conselho de Segurança da ONU, nesta terça-feira (23), aprovou uma medida que fortalece o suporte legal a quem sofre violência sexual em conflitos armados. Porém, o texto foi bastante modificado para obter o apoio de países como Estados Unidos e Rússia. Após, os dois ganhadores do Nobel da Paz, Denis Mukwege e Nadia Murad, pediram que a ONU garanta a justiça a essas vítimas
Depois de um intenso debate sobre a violência contra as mulheres e mudanças de última hora no texto apresentado pela Alemanha, a resolução foi aprovada com o voto de treze países. Rússia e China se abstiveram. Moscou e Pequim disseram que queriam combater a violência sexual nos conflitos, mas denunciaram “interpretações flexíveis” no texto e uma luta “manipulada” para criar novas estruturas da ONU.
Em declarações ao Conselho antes da votação, o congolês Mukwege e a yazidi Murad criticaram a inação da comunidade internacional. “Pronunciamos discursos na ONU, mas não se adotam medidas concretas” no âmbito da justiça e “não se fez nada”, disse Nadia Murad.
“O que a comunidade internacional espera para dar justiça às vítimas?”, questionou também Denis Mukwege, pedindo o estabelecimento de tribunais nacionais destinados a julgar aos culpados de violência sexual nos conflitos.