Após barrar uma comitiva de observadores internacionais que a União Europeia queria enviar para monitorar as eleições, a Venezuela concordou em receber um grupo de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) durante o pleito no país.
Conforme a própria ONU, o governo de Caracas convidou formalmente as Nações Unidas, que enviarão uma equipe composta por quatro especialistas para acompanhar o pleito.
“A equipe vai ao país no início de julho para fornecer ao Secretário-Geral (da ONU) um relatório interno independente sobre a condução geral das eleições. O relatório do painel ao Secretário-Geral será confidencial e incluirá recomendações para fortalecer futuros processos eleitorais na Venezuela”, disse a ONU, em comunicado.
Em maio, o governo venezuelano revogou um convite feito a observadores da União Europeia após Bruxelas criticar a decisão da Justiça de proibir a candidatura da oposicionista María Corina Machado, líder nas pesquisas na ocasião.
O anúncio foi feito por uma comissão eleitoral que na prática é comandada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Após o episódio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou a Maduro e disse a ele achar importante que o processo eleitoral do país tenha “ampla presença de observadores internacionais”, segundo o Palácio do Planalto.
As eleições na Venezuela são realizadas em turno único, portanto quem receber mais votos é eleito. O mandato presidencial dura seis anos.
Os eleitores votam em urnas eletrônicas que imprimem os comprovantes de votações em cédulas. O eleitor confere se o voto foi registrado de forma correta e deposita o comprovante em uma urna para eventual recontagem dos votos. O Conselho Nacional Eleitoral afirma que a Venezuela “é o primeiro país do mundo a adotar esse tipo de mecanismo”. Desde 2004, o pleito é realizado dessa forma.
O pleito está marcado para 28 de julho. Os eleitores terão de 6h às 18h para votar. A campanha eleitoral será realizada de 4 a 25 de julho.