Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 11 de fevereiro de 2021
Elas somam 70% de todo os profissionais de saúde nesta luta.
Foto: SESI/Vinicius MagalhaesA ONU (Organização das Nações Unidas) lembrou nesta quinta-feira (11) o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência e a luta de mulheres cientistas na linha de frente contra a Covid-19. Em mensagem sobre a data, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que promover igualdade de gênero no mundo científico e tecnológico é essencial para um futuro melhor.
Segundo Guterres, isso é visível no combate à pandemia de Covid-19, já que as mulheres representam 70% de todos os profissionais de saúde e têm demonstrado papel fundamental nas pesquisas, desde o avanço do conhecimento sobre o vírus até o desenvolvimento de técnicas de teste e, finalmente, da vacina. Além disso, elas foram as mais afetadas pela pandemia na medida em que carregam o peso do fechamento das escolas e da adoção do teletrabalho.
“Sem mais mulheres nas ciências, o mundo continuará a ser projetado por e para homens, e o potencial de meninas e mulheres permanecerá inexplorado”, afirmou Guterres. O secretário-geral da ONU apelou à comunidade internacional para garantir que as meninas tenham acesso à educação que merecem e possam ter futuro em áreas como engenharia, programação de computadores, tecnologia em nuvem, robótica e ciências da saúde.
De acordo com o Relatório de Ciências, publicado nesta quinta-feira pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), em todo o mundo, as mulheres representam apenas 28% dos graduados em engenharia e 40% dos graduados em ciência da computação e informática. A pesquisa aponta disparidades maiores em áreas altamente qualificadas, como inteligência artificial, onde apenas 22% dos profissionais são mulheres.
Além disso, fundadoras de startups também lutam mais para ter acesso a financiamentos e, em grandes empresas de tecnologia, continuam sub-representadas em cargos técnicos e de liderança. Nas universidades, as pesquisadoras tendem a ter carreiras mais curtas e menos bem pagas. Embora representem 33,3% de todos os pesquisadores, apenas 12% dos membros das academias de ciências nacionais são mulheres.
A data foi instituída pela ONU em 2015 para aumentar a conscientização sobre o papel e as contribuições fundamentais das mulheres nas áreas de pesquisa científica e tecnológica e também para lembrar à comunidade internacional que ciência e igualdade de gênero devem avançar lado a lado.
Brasil
Segundo dados da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), do Ministério da Educação, em 2019, no Brasil, 54% dos estudantes em cursos de pós-graduação eram do sexo feminino. Dados de 2020 mostram que as pesquisadoras representam 58% do total de bolsistas stricto sensu (em sentido restrito) da fundação. “Embora sejam maioria numérica, pesquisadoras ainda lutam por mais respeito e oportunidades em ambientes majoritariamente masculinos”, disse a entidade, em comunicado pela celebração da data.
Já o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, promove um evento online hoje em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.