Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de agosto de 2022
Guterres pediu o fim imediato das “atividades militares” em torno da usina.
Foto: ReproduçãoSecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, fez um alerta sobre o risco de uma catástrofe nuclear após os sucessivos bombardeios na área da usina de Zaporizhzhia, em Enerhodar, na Ucrânia. Antes da reunião do Conselho de Segurança representantes do governo russo e ucraniano trocaram acusações sobre os ataques.
“Infelizmente, em vez de uma desescalada, nos últimos dias houve relatos de incidentes profundamente preocupantes que, se persistirem, podem levar a uma catástrofe”, disse Antonio Guterres, em nota.
A estatal de energia ucraniana Energoatom confirmou novos bombardeios na quinta-feira (11) próximos aos perto armazéns de materiais radioativos. Desde março tropas russas dominam a região. Diante do temor da comunidade internacional sobre o risco de um desastre nuclear, a empresa anunciou que ninguém se feriu durante o ataque e que os níveis de radiação estão estáveis.
Guterres pediu o fim imediato das “atividades militares” em torno da usina, considerada uma das dez maiores do mundo, bem como a retirada de pessoal e equipamentos militares das instalações ocupadas pela Rússia desde a invasão da Ucrânia em março.
“O local não deve ser usado no âmbito de operações militares”, afirmou antes de pedir um acordo em “nível técnico” para desmilitarizar um perímetro de segurança ao redor da usina.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), regulador de segurança nuclear da ONU, Rafael Grossi, informará ao Conselho de Segurança sobre a situação naquela instalação. Nesse sentido, Guterres solicitou acesso “imediato, seguro e irrestrito” à usina para uma missão da AIEA.
“Temos que deixar claro que qualquer dano potencial a Zaporizhzhia ou qualquer outra usina nuclear na Ucrânia, ou em qualquer outro lugar, pode ter consequências catastróficas não apenas na área circundante, mas na região e além.” “Isso é completamente inaceitável”, concluiu.
Os bombardeios continuaram na linha de frente na Ucrânia, não muito longe da usina de Zaporizhzhia. A usina, localizada perto da cidade de Energodar, às margens do rio Dnieper, possui seis dos 15 reatores ucranianos, capazes de fornecer energia a quatro milhões de residências.