“No Brasil, pode ter alguém com lealdade igual à minha ao Jair Messias Bolsonaro. Mais que eu, com certeza não existe”, afirma o ex-ministro Onyx Lorenzoni ao lembrar sua longa trajetória desde o antigo PL, passando pelo PFL e pelo DEM, até tornar-se o amigo e parceiro mais próximo do ex-presidente da República.
Onyx não venceu a eleição ao governo do Estado, mas saiu da disputa com um cacife de cerca de 2,8 milhões de votos, algo raro para um candidato conservador de direita. As muitas especulações surgidas a partir da mudança no comando do PL de Porto Alegre, com a posse do deputado federal Zucco na presidência do partido, e a desfiliação do vice-prefeito de Porto Alegre Ricardo Gomes, que desistiu de concorrer novamente ao cargo, ao lado do prefeito Sebastião Melo levaram o colunista a conversar com o ex-ministro Onyx Lorenzoni, que se encontra em Lisboa, realizando um curso de pós-graduação.
“Bolsonaro encontrou em mim um amigo e parceiro leal”
Onyx Lorenzoni lembra que fez em 2018, uma opção política que normalmente seria arriscada para alguém que pensasse apenas no seu interesse pessoal. “A diferença é que eu escolhi caminhar com ele – Jair Bolsonaro – no momento mais difícil. Então eu não fui coringa dele, de graça. Ele sabia e sabe que que além da competência, pode confiar em mim.” Onyx avalia que além da competência para ser o coringa, eu sempre tive uma característica pessoal de lealdade, o que é muito raro em política, onde os interesses pessoais falam mais alto. A regra na política é a deslealdade. E ele – Jair Bolsonaro – encontrou em mim um amigo e um parceiro leal.”
Onyx recorda que “a minha história com o PL começou em 1987. Eu fui fundador do PL no Rio Grande do Sul, quando o partido tinha na época a liderança do Alvaro Valle. Em 1994 eu e o Jorginho Melo (atual governador de Santa Catarina) fomos os primeiros deputados eleitos pelo PL no sul do país. Fiquei no PL até 1997 até ser convidado pelo Jorge Borhausen para ser um dos fundadores do PFL”.
Segundo Onyx, “muita gente hoje acha que está inventando a roda.” Ele recorda os movimentos que fez para a aproximação de Jair Bolsonaro com PL e Valdemar Costa Neto ainda antes da filiação em 2021. Foi no início de 2018:
“Não é historinha de dois dias. Eu conto no meu livro (“Do Baixo Clero ao Planalto: a história de uma vitória contra o sistema”, editora AGE) essa relação com o Valdemar, começou no início de 2018, quando conversei com ele e fizemos vários encontros buscando um caminho. Chegamos a fazer uma reunião, inclusive na minha casa. Eu, Valdemar e o Jair Bolsonaro. O propósito seria fazer uma aliança com o PL para obter mais tempo de radio e TV. Mas essa ideia não vingou porque houve um veto do PL do Rio de Janeiro, que temia reduzir o tamanho da sua bancada de cinco deputados”, relembra.
“A Direita precisa deixar de lado vaidades pessoais”
Onyx Lorenzoni faz uma leitura do atual cenário político nacional e local garante que ainda não projetou seu futuro político, sobre o qual pretende conversar no momento oportuno com Jair Bolsonaro – estarão em disputa o governo do Estado e duas cadeiras ao Senado em 2026 – mas acostumado a trabalhar na dificuldade, garante que não se assusta com as atribulações que eventualmente surjam no projeto do PL. Garante que “estou trabalhando, fazendo contatos aqui – em Lisboa – para unir os partidos conservadores da Europa e da América Latina. Hoje vemos movimento de direita ganhando espaço na Europa e na América Latina. Mas precisamos de organização, trocar experiências para poder enfrentar um debate político que a esquerda já faz há 30 anos dentro das universidades, plantando suas ideias. A verdade é que o Presidente Bolsonaro despertou uma nação. E esse sonho que a sociedade brasileira tem, de um governo decente, de um governo correto, com o lema Brasil, Pátria e Liberdade, ninguém vai tirar da cabeça das pessoas. Pode levar ele – Jair Bolsonaro – a qualquer lugar do Brasil, ele é recebido com carinho pelo povo, arrasta multidões. Alguém acha que o sistema vai conseguir arrancar isso da cabeça das pessoas?” afirma.
Onyx Lorenzoni repete o discurso de Jair Bolsonaro, de que “a direita precisa se afastar das vaidades pessoais, das vantagens momentâneas, porque existe algo maior que é o futuro do Brasil. Vamos calçar as sandálias da humildade para reconquistar o que nós já tivemos”. Ele deixa claro que “o momento é de união: sou o cara da união. Não contem comigo para dividir”.