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Rio Grande do Sul Operação desarticula comércio ilegal no entorno da Penitenciária de Canoas e transfere 17 detentos para Charqueadas

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Suspeita-se que tendas no entorno do complexo transmitiam sinal de celular para os presos. (Foto: Jonathan Silva/Ascom Polícia Penal)

Durante as primeiras horas dessa sexta-feira (29), dezenas de agentes da Polícia Penal, Brigada Militar e Polícia Civil transferiram 17 apenados do Complexo Prisional de Canoas para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), ambas na Região Metropolitana de Porto Alegre. Também foram desmontadas barracas suspeitas de praticar comércio ilegal no entorno da instituição canoense e de transmitir sinal de celular para os detentos.

A condução de presos foi realizada após o término da instalação e homologação dos bloqueadores de celular na Pasc – a ausência do dispositivo havia motivado a transferência provisória do grupo para Canoas. Ao todo, 23 unidades do Estado receberão os equipamentos, a um custo de R$ 28 milhões.

A Pasc passará a contar com um módulo de segurança máxima, com 76 celas individuais destinadas prioritariamente a líderes de grupos criminosos envolvidos com homicídios dolosos. O objetivo é inviabilizar, a partir do isolamento, qualquer tipo de comunicação.

Iniciada em 2022, a construção do novo módulo foi possível a partir de um investimento do governo do Estado de aproximadamente R$ 30 milhões. A partir da instalação da 3ª Vara de Execuções Criminais da Comarca de Porto Alegre (3ª VEC/POA), nessa sexta, a Polícia Penal passará a solicitar as autorizações judiciais para a utilização do novo espaço.

Comércio ilegal

A segunda operação começou no início da madrugada desta sexta-feira (29/11) e se estendeu até o amanhecer. A Polícia Penal, a Brigada Militar e a Polícia Civil desarticularam o comércio ilegal instalado no entorno do Complexo Prisional de Canoas. Há suspeita de que treilers e tendas montados em frente à unidade tinham por finalidade e transmissão de sinal de celular para apenados, além de fazerem a venda de produtos sem autorização da prefeitura.

“O comércio visava atender aos familiares de pessoas privadas de liberdade, com a venda de produtos alimentícios e outros itens, e poderia servir como esconderijo dos aparelhos transmissores de sinal de internet”, detalha o governo do Estado. “A ação auxilia na promoção da segurança dentro e fora do estabelecimento prisional.”

A decisão de realizar o procedimento foi tomada durante reuniões no gabinete do vice-governador Gabriel Souza, no comando do Executivo estadual durante a viagem do titular Eduardo Leite à Ásia.

Dentre as demais medidas imediatas de segurança estão o patrulhamento do local durante 24 horas por dia pela Brigada Militar e o incremento, pela prefeitura de Canoas, do monitoramento por câmeras nas imediações do complexo prisional e a sua conexão com o cercamento eletrônico do Estado.

Historicamente, o entorno dos presídios é ponto de apoio para familiares e visitantes. No caso do Complexo Prisional de Canoas, no lado externo já existem banheiros químicos para uso dos visitantes, que permanecerão disponíveis. Além disso, há um abrigo de visitas em frente à Penitenciária Estadual Canoas (Pecan 1) que conta com cobertura, bancos e banheiros.

Durante a operação, o Grupo de Ações Especiais efetuou a prisão de duas pessoas que tentavam entregar ilícitos na penitenciária com o uso de drones.

A Polícia Penal trabalha ainda em um projeto de construção de um abrigo de visitas para o complexo, com o objetivo de prestar melhor assistência às famílias de apenados. O espaço, nos mesmos moldes do que existe na Penitenciária Estadual de Charqueadas 2, com cobertura, banheiros e pias, deve garantir infraestrutura de conforto no período em que aguardam a entrada no estabelecimento prisional. A proposta está em fase final de licitação, e uma empresa deve ser contratada nos próximos meses.

(Marcello Campos)

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