Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 30 de janeiro de 2016
Um dos inquéritos da Operação Lava-Jato em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal) investiga suposto pagamento de propina em espécie ao presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Já houve, inclusive, um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) de condução coercitiva do ex-assessor parlamentar Jaymerson José Gomes de Amorim, responsável pelo transporte do dinheiro.
O STF autorizou a quebra de sigilo de dois celulares e um tablet do ex-auxiliar do deputado. Quando foi detido no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com 106,4 mil reais nos bolsos, em fevereiro de 2012, o então assessor de Arthur declarou que o dinheiro se destinava ao deputado, conforme documento enviado pela PGR ao STF.
A suspeita investigada é de que a propina tenha sido paga após desvio de verbas da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), estatal vinculada ao Ministério das Cidades e controlada pelo PP. Além do presidente da CCJ, o inquérito investiga o pai dele, o senador Benedito de Lira (PP-AL). Em delação premiada, o doleiro Alberto Youssef confirmou que o dinheiro é fruto de propina.
Mais de três anos depois do episódio, Jaymerson deu outra versão. Ele negou saber se Arthur e Benedito tinham “contatos com pessoas e empresas do setor metroferroviário”. Ele disse que o dinheiro era “poupança de seu salário” e seria usado para comprar um carro negociado pelo então presidente da CBTU, Francisco Colombo. (AG)