Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de agosto de 2024
As investigações têm previsão de se estender até, pelo menos, janeiro.
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilA Polícia Federal (PF) deflagrou na quinta-feira (29) mais uma fase da Operação Lesa-Pátria. Trata-se da 29ª etapa da investigação, que busca identificar todos os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Dessa vez, foram realizadas buscas em dez endereços de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Goiás, além do Distrito Federal.
Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele atua como relator nos processos da Corte sobre as ações extremistas. A Lesa-Pátria se tornou permanente, com novas etapas abertas regularmente. As investigações devem se estender até, pelo menos, janeiro.
“Os fatos investigados constituem, em tese, nos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, informou a PF por meio de nota.
A primeira fase da ofensiva, deflagrada no dia 20 de janeiro, prendeu cinco suspeitos de participação nos atos golpistas. Dentre eles, “Ramiro dos Caminhoneiros”, Randolfo Antonio Dias, Renan Silva Sena e Soraia Baccio. Na segunda etapa, policiais prenderam em Uberlândia (MG) o extremista Antônio Cláudio Alves Ferreira, filmado destruindo um relógio histórico no Palácio do Planalto no dia dos protestos, em 2023.
A terceira etapa teve nesta semana mais um capítulo, com a prisão de mais cinco pessoas, incluindo a idosa Maria de Fátima Mendonça, 67 anos, que viralizou ao dizer em um vídeo que iria “pegar o Xandão”. Um sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conhecido como “Léo Índio”, foi alvo de buscas nessa mesma fase.
No dia 3 de fevereiro, a PF abriu a quarta fase ostensiva da investigação em torno dos atos do 8 de janeiro e prendeu o empresário conhecido como Márcio Furacão, que se filmou ao participar da invasão ao Palácio do Planalto, e o sargento da Polícia Militar William Ferreira da Silva, conhecido como “Homem do Tempo”, que fez vídeos subindo a rampa do Congresso Nacional e dentro do Supremo. Danos causados ao patrimônio público — imóveis, móveis e objetos — são estimados em pelo menos R$ 40 milhões.
Anteriormente, a 28ª fase mirou supostos financiadores e fomentadores dos atos em Goiás, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina em meados de junho. Na época, foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão e 12 de busca pessoal (revista).
A Polícia Federal também não detalhou quais foram os alvos daquela fase da operação, mas informações apontam que, além da invasão aos prédios públicos, também entraram na mira supostos financiadores dos bloqueios em rodovias após a eleição presidencial de 2022.