Deflagrada há três semanas pela Brigada Militar (BM) em parceria com a Polícia Civil, a operação “Cerco Fechado” resultou em 97 prisões nas cidades de de Pinhal, Cidreira e Tramandaí, todas no Litoral Norte gaúcho. No foco da ofensiva – que prossegue por tempo indeterminado – está o combate a crimes como o tráfico de drogas e ao confronto entre quadrilhas da região.
O balanço foi divulgado nessa segunda-feira (22) e abrange 60 detenções em Tramandaí, 25 em Cidreira e 12 em Pinhal. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS), responsável pela coordenação da força-tarefa, 64 procedimentos envolveram flagrante e outros dez resultaram em assinatura de termo circunstanciado. Também houve a recaptura de cinco foragidos.
Em relação a apreensões, a lista inclui 3,8 quilos de drogas – 1,86 de maconha, 1,2 de crack e 760 gramas de cocaína. Foram recolhidas, ainda, dez armas-de-fogo em situação irregular: cinco em Pinhal, quatro em Cidreira e uma em Tramandaí, mais 122 itens de munição.
Na estatística constam, por fim, quase 3,6 mil abordagens de pedestres e 2,2 mil veículos mediante barreiras em pontos estratégicos, além de 36 estabelecimentos comerciais. Outra iniciativa é o reforço nas ações de policiamento ostensivo. A operação conta com efetivos locais das duas corporações e unidades como o Comando Rodoviário da BM e seus batalhões de Choque e Aviação.
Chacinas
Ao menos quatro possíveis autores de uma quíntupla execução cometida em 10 de abril na periferia de Cidreira já foram identificados pela Polícia Civil. Os suspeitos ainda não tiveram seus nomes divulgados, para não comprometer a investigação. Um quinto envolvido já está preso por outro crime.
O ataque teve como local uma casa um galpão utilizado para reciclagem de materiais, ambos no bairro Parque dos Pínus e próximos um do outro. Um dos imóveis foi incendiado, deixando três corpos também carbonizados. Morreram a tiros um jovem de 19 anos, um homem de 44 e três idosos do sexo masculino, respectivamente com 61, 66 e 68 anos.
Na principal linha de apuração da chacina, uma disputa relacionada ao tráfico de drogas é apontada como causa mais provável. A tese ganhou força com os depoimentos de testemunhas, incluindo dois sobreviventes. Mas diversas lacunas precisam ser esclarecidas, a começar pelo fato de que nem todas as vítimas tinham antecedentes criminais.
A ocorrência assustou moradores da região e mobilizou autoridades de Cidreira e do vizinho Balneário Pinhal. Desde então, a Brigada Militar intensificou o patrulhamento das ruas locais. A comunidade reivindica a manutenção da medida em caráter permanente.
(Marcello Campos)