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Política Oposição reage ao julgamento de Bolsonaro no Supremo e passa a obstruir reuniões de comissões na Câmara dos Deputados

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A ideia, segundo, a bancada do PL, é manter a pressão para aprovar o projeto de anistia aos presos do 8 de Janeiro. (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

Parlamentares da oposição, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, entraram, nessa terça-feira (25), em obstrução parcial como reação ao julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode levar o ex-chefe do Executivo ao banco dos réus. A ideia, segundo, a bancada do PL, partido de Bolsonaro, é manter a pressão para aprovar o projeto de anistia aos presos do 8 de Janeiro na pauta do plenário na segunda de abril.

A obstrução pode alcançar também votações no plenário da Casa caso o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), não acelere a tramitação do projeto de anistia.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), demoveu correligionários do partido de fazer uma obstrução no plenário ainda nesta semana, já que, enquanto Motta está em viagem ao Japão, o presidente em exercício, Altineu Côrtes (RJ), também é do PL.

A obstrução é um recurso regimental utilizado pelos parlamentares com o objetivo de impedir o prosseguimento dos trabalhos legislativos. Os principais instrumentos desse mecanismo se dão durante as votações no plenário, como pedidos de retirada de pauta e de adiamento das discussões, saída do plenário para evitar quórum e orientação de votação contrária às matérias apreciadas. “Um projeto que era para votar em dez minutos, a gente demoraria quatro horas”, indicou um vice-líder da oposição.

A sinalização da obstrução já tinha sido dada pelo líder do PL na Câmara na quinta-feira passada. O deputado tem cobrado que Motta dê andamento à proposta da anistia, seja por meio da instalação de uma comissão especial, seja por meio da aprovação do regime de urgência da matéria. O tema deve voltar à pauta da reunião de líderes após o dia 30, quando está previsto o retorno de Motta da viagem ao Japão ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na discussão feita com a bancada nessa terça, o líder do PL disse que o partido entraria com força máxima na próxima semana em defesa da anistia. “Conversei com o presidente Hugo Motta porque a gente como primeiro aliado não queria constrangê-lo, mas que a gente poderia criar um procedimento do que iríamos fazer com o PL da Anistia”, afirmou Sóstenes.

Segundo ele, o prazo final para Motta dar uma resposta será na próxima terça-feira, 1º. A ideia é que a urgência da anistia seja posta para votação na semana seguinte, na sessão do dia 8 de abril. Do contrário, será realizada a obstrução. “Nosso deadline é que nessa reunião da terça-feira de manhã já saiamos dali com a decisão de que isso será incluso na pauta do dia 3, porque senão, aí sim, na próxima semana, com esses partidos de centro, a gente faria uma obstrução”, afirmou.

Na leitura de Sóstenes, a anistia tem o apoio de nove partidos e de mais de 300 deputados. Por isso, para ele, Hugo Motta não teria rejeições em votar a urgência da proposição. “Eu não vi em nenhum momento do presidente Hugo Motta a intenção de não pautar a urgência – ao contrário. Acho que ele está convencido pela quantidade de partidos”, afirma. Aos deputados do PL, ele disse que estão com o PL o União Brasil, o PP, o PSD, o Podemos, o Novo e o PSDB. O Solidariedade, segundo ele, estaria nas últimas tratativas com o presidente do partido, Paulinho da Força (SP).

Nesse mesmo encontro, Sóstenes pediu que a obstrução não ocorresse neste primeiro dia de sessões plenárias. Com a ausência de Motta, quem chefia as sessões é o primeiro-vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (RJ), que é do PL de Bolsonaro. “Hoje é o primeiro dia que a casa é presidida por Altineu. Como é que no primeiro dia vamos fazer obstrução a alguém do nosso partido?”, questionou Sóstenes.

Somente a bancada do PL conta com 92 deputados, de 513. Entre os deputados aliados de Bolsonaro, a sensação é a de que o julgamento do ex-presidente põe lenha na fogueira da obstrução. A avaliação é a de que a “agilidade” do STF em marcar a sessão dessa terça revelaria como a Corte se “comportou como políticos”.

“Vamos fazer uma reunião para ver como travar tudo. Até a anistia e o Congresso fazer valer o sistema de freios e contrapesos”, afirma um dos deputados de oposição. “Acredito que isso (a obstrução) teria bastante apoio, porque a paciência já está bastante esgotada na oposição com os absurdos do STF”, disse outro parlamentar do bloco à reportagem. Para um terceiro deputado ouvido pelo Broadcast Político, “gestos são importantes”. Aliados de Bolsonaro consideram até que a inclusão do ex-presidente no escopo da anistia poderia conferir maior tração à proposta. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

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