Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 23 de abril de 2025
Parlamentares da oposição estão usando, nessa quarta-feira (23), o esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que levou à demissão de Alessandro Stefanutto da presidência do órgão, para colar o que estão chamando de “selo corrupção” no governo Lula e já falam em coletar assinaturas para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o caso.
A eventual criação da CPI preocupa aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que destacam que o Executivo foi ágil no afastamento de todos os nomes envolvidos no esquema.
Logo no início da sessão da Câmara, nessa quarta, o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) afirmou que o Brasil estava entristecido após a operação da Polícia Federal (PF) em função dos desvios que superaram R$ 6 bilhões entre 2019 e 2024. De acordo com as investigações, os suspeitos cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles.
“Realmente, ninguém deles fica para trás. É um ladrão puxando o outro. Nenhum deles foge à regra. O governo Lula é manchado por um lamaçal de corrupção. Seis bilhões de reais”, afirmou o parlamentar.
“E sabe de quem tiraram esse dinheiro, senhores parlamentares? Dos aposentados e pensionistas. Já imaginaram? São as pessoas que menos recebem, os mais velhinhos. É desse dinheiro que o presidente do INSS estava tirando esses 6 bilhões de reais. Bilhões, é com B. Bilhões”, seguiu Chrisóstomo.
No mesmo sentido, Roberto Monteiro Pai (PL-RJ), classificou o episódio como triste e vergonhoso. “A cada dia surge um escândalo novo na gestão desse governo que aí está, que eu não estou atacando, eu não estou agredindo, eu não estou falando impropérios, eu só estou retratando aquilo que é de conhecimento da esquerda e da direita.”
Da base governista, o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) comemorou o fato de se estar “desvendando” o esquema. Ele chamou o caso de “escândalo tremendo” e lembrou que isso se arrasta desde 2019, quando o país era governado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
“É bom lembrar que há investigações da Polícia Federal, com 211 mandados judiciais de persecução em curso, para se desvendar todo esse esquemão, que começou em 2019. O então presidente do INSS, Renato Rodrigues, teve o mesmo destino do atual presidente, que é o Stefanutto. Eles saíram da Presidência, para que tudo seja apurado em profundidade”, disse Alencar.
O episódio de Rodrigues também pode ser explorado nos próximos dias pelos opositores, que consideram iniciar a coleta de assinaturas para a criação de uma CPI para investigar o caso. (Com informações do Valor)