Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 11 de setembro de 2023
Em valores correntes, a estimativa do governo é de que a arrecadação líquida atingirá R$ 2,19 trilhões no ano que vem, contra R$ 1,9 trilhão em 2023
Foto: Agência BrasilO governo federal estima que a arrecadação atingirá, em 2024, o maior patamar em 14 anos, ou seja, desde o fim do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010.
Essa comparação leva em conta a receita corrente líquida – o que sobra da arrecadação após as transferências a Estados e municípios e pode ser usado pelo governo federal.
De acordo com a projeção incluída na proposta do Orçamento de 2024, já enviada pelo Ministério da Fazenda ao Congresso, as receitas líquidas deverão atingir 19,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024.
Em valores correntes, a estimativa do governo é de que a arrecadação líquida atingirá R$ 2,19 trilhões no ano que vem, contra R$ 1,9 trilhão em 2023 (dado revisado). O aumento projetado de um ano para o outro é de R$ 282 bilhões – cerca de 15% a mais do que o arrecadado em 2023.
Para uma comparação histórica, no entanto, especialistas preferem usar um outro indicador: a proporção entre a arrecadação e o PIB (Produto Interno Bruto). Além de ser o maior nível em 14 anos, a arrecadação líquida projetada para 2024 também será, se confirmada, a segunda maior da história, perdendo apenas para o recorde de 20,2% do PIB em 2010. E ficará bem acima da média registrada entre 1997 e 2022 (anos já fechados), que é de 17,8% do PIB.
O aumento da arrecadação líquida, segundo a equipe econômica, é uma necessidade para reequilibrar o orçamento. No último ano, o governo eleito aprovou a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição, que elevou as despesas em mais de R$ 160 bilhões em 2023 para aumentar o benefício do Bolsa Família para R$ 600, recompor o orçamento de áreas sociais, como saúde e educação, e impulsionar investimentos.
O arcabouço fiscal, aprovado em agosto, tornou essa alta de despesas da PEC da Transição permanente. Com a alta de gastos, as contas públicas registraram uma piora de mais de R$ 200 bilhões nos sete primeiros meses deste ano.
Com o princípio de que o orçamento seja equilibrado (sem déficit), o governo projeta que as despesas totais do governo somarão R$ 2,19 trilhões – o mesmo patamar da receita. Com isso, a relação despesa x PIB também ficaria em 19,2%.
A arrecadação do governo vem de impostos, de aluguéis e venda de bens, da prestação de alguns serviços, da venda de títulos do Tesouro Nacional e do recebimento de indenizações.