A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um apelo nesta quarta-feira (4) a favor do acesso ao aborto, no momento em que a Suprema Corte dos Estados Unidos cogita anular a decisão histórica de 1973 que reconheceu o direito no país.
“Limitar o acesso ao aborto não reduz o número de procedimentos, apenas leva as mulheres e meninas a realizar procedimentos inseguros”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, no Twitter, sem mencionar diretamente os Estados Unidos.
A declaração é dada um dia após a Suprema Corte dos Estados Unidos confirmar a veracidade de um rascunho divulgado pelo portal “Político” em que há a informação de que cinco dos nove juízes aprovam o fim do direito ao aborto no país. A decisão seria anunciada formalmente em junho.
O rascunho de 98 páginas chama o caso Roe vs. Wade de “totalmente sem mérito desde o princípio” e defende que ele “deve ser anulado”.
Desde 1973, o aborto até 15 semanas (com alguns estados ampliando um pouco mais esse período) é legalizado, já que a lei determina que a decisão do aborto ou não é algo privado e particular das mulheres. Além disso, a medida impede que os estados – de acordo com o governo que está no poder – legisle sobre o tema para proibir o aborto.
De acordo com o chefe da OMS, “o acesso ao aborto seguro salva vidas” e “as mulheres devem ter sempre o direito à escolha quando se trata de seu corpo e sua saúde”.
Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que os abortos inseguros provocam cerca de 39 mil mortes por ano em todo o mundo e fazem com que milhões de mulheres sejam hospitalizadas por complicações.