O vírus influenza, causador da gripe comum, conta com uma alta capacidade de mutação, superior à do coronavírus, responsável pela covid. Com isso, existem inúmeras variações do vírus da gripe em circulação, o que leva à necessidade de atualização das vacinas a cada ano.
Com base na análise de dados globais sobre a vigilância de influenza, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, na sexta-feira (25), a recomendação das cepas do vírus que devem compor os imunizantes para a próxima temporada de gripe no hemisfério Norte.
Para este ano, ficou definido pela OMS que as vacinas produzidas para 2022 e 2023 a partir de ovos de galinha, como as do Instituto Butantan, devem utilizar as seguintes cepas:
— Influenza A/Victoria/2570/2019 (H1N1)pdm09
— Influenza A/Darwin/9/2021 (H3N2)
— Influenza B/Áustria/1359417/2021 (linhagem B/Victoria)
As vacinas quadrivalentes, que contam com quatro cepas do vírus, apresentam a mesma recomendação de composição, com o acréscimo da linhagem B/Yagamata (neste ano: Phuket/3073/2013).
Para definir a composição das vacinas que serão aplicadas nas próximas temporadas de influenza, a OMS realiza reuniões com um grupo consultivo de especialistas duas vezes ao ano. Os encontros acontecem entre os meses de fevereiro e março para deliberar as recomendações voltadas para o hemisfério Norte e, em setembro, para o hemisfério Sul.
Durante as conferências, os pesquisadores analisam os dados de vigilância produzidos por Centros Nacionais de Influenza (NICs, na sigla em inglês), além de informações sobre a caracterização genética dos vírus. O grupo avalia, ainda, dados de resistência aos medicamentos antivirais, como o oseltamivir, e resultados da eficácia da vacina utilizada na temporada atual e nas anteriores.
Com base no conjunto de análises, a OMS emite, ao término dos encontros, a recomendação das cepas que devem compor o imunizante, com base na maior probabilidade de circulação das linhagens virais.