Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2022
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, neste domingo (29), que 257 casos de varíola dos macacos haviam sido confirmados, em 20 países fora da África, até o dia 26 de maio. Outros 120 casos suspeitos estão sendo investigados. Nenhuma morte foi relatada.
Até a semana passada, menos de 100 casos haviam sido confirmados pela organização.
“A situação está evoluindo rapidamente e a OMS espera que haja mais casos identificados à medida que a vigilância se expande em países não endêmicos, bem como em países conhecidos como endêmicos que não relataram casos recentemente”, disse a entidade em comunicado.
A organização frisou que as as ações imediatas devem se concentrar em fornecer informações precisas para as pessoas que podem correr mais risco de contrair a doença; impedir a disseminação entre os grupos em risco; e proteger os profissionais de saúde da linha de frente.
Até agora, o Brasil não tem casos confirmados da doença. Na última semana, um caso suspeito na Bolívia, perto da fronteira brasileira, fez as autoridades ficarem em alerta.
Na América do Sul, já há ao menos um caso já foi confirmado – na Argentina. O levantamento da OMS, entretanto, contabilizou os casos relatados até o dia 26, e o caso argentino foi confirmado no dia 27; por isso, o país aparece como tendo apenas um caso suspeito.
Pelo mesmo motivo, o México – onde um caso foi confirmado neste sábado (28) – também não aparece no levantamento da entidade.
De acordo com a OMS, na região, apenas a Guiana Francesa tem casos sob investigação, com duas infecções suspeitas.
No resto do mundo, o Sudão – que fica no norte da África, mas onde a varíola dos macacos não é endêmica – também aparece como tendo um caso suspeito.
Até o dia 26, os casos confirmados estavam nos seguintes países, segundo a OMS: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Emirados Árabes, Eslovênia, Espanha, EUA, Finlândia, França, Holanda, Israel, Itália, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Suécia e
Suíça.
Transmissão
Ao contrário do coronavírus ou até mesmo da varíola humana, em que o patógeno é altamente transmissível, a varíola dos macacos é menos contagiosa. “É um vírus que transmite muito bem entre animais, mas quando ele passa de animal para humano, ele não tem alta capacidade de transmissão”, diz Lorenzo Morales.
As autoridades médicas observam que ainda não há muita informação sobre as possíveis rotas de transmissão entre humanos nos surtos atuais.
Até onde se sabe agora, o vírus é transmitido principalmente por meio de contatos próximos e trocas de fluidos corporais. Muitos dos casos na Europa parecem estar ligados à transmissão sexual.
Mas todas as vias possíveis estão sendo estudadas, como a transmissão indireta por meio de objetos contaminados e até aerossóis.
“A varíola erradicada era transmitida de forma semelhante, mas o contágio entre humanos era muito mais fácil”, lembra Lorenzo Morales, que não descarta que no futuro a varíola possa se tornar mais eficiente na forma como é transmitida.
Raúl Rivas explica que esta varíola dos macacos é um vírus bastante estável e que varia muito pouco. Mas Morales diz que “se trata de um patógeno relativamente novo, que está se acostumando a viver entre nós, e que ainda não é especializado em se multiplicar e nos infectar”.
A varíola humana só podia ser transmitida entre humanos. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, não há evidências científicas de que a varíola possa ser transmitida por insetos ou outros animais.
A origem da varíola é desconhecida. No caso da varíola dos macacos, foi chamada assim porque foi descoberta em colônias de macacos mantidas para pesquisa em 1958.