Terça-feira, 29 de abril de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Organizações LGBTQIA+ lamentam recuo do governo, que voltou a exigir a declaração do sexo no documento de identidade

Compartilhe esta notícia:

Em maio, grupo de trabalho do governo federal havia optado pela retirada do campo 'sexo' e unificação dos campos de 'nome' e 'nome social', no entanto, regra não foi aplicada.

Foto: Divulgação
Associação que representa pessoas transexuais alega que recuo abre brechas para violação de direitos humanos. (Foto: Divulgação)

A nova carteira de identidade nacional (CIN) vai manter a distinção entre “nome de registro” e “nome social” e também o campo “sexo”. A decisão, no entanto, desagradou as organizações que representam pessoas LGBTQIA+ que se posicionaram contra o que chamam de “recuo do governo federal”.

Em maio passado, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) anunciou que as duas determinações que tinham sido adotadas em 2022, durante o governo Bolsonaro, não seriam usadas no novo RG. Um grupo de trabalho, com a presença do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, definiu que haveria a unificação do campo “nome”, sem distinção de “nome social” ou “nome de registro”, e a exclusão do campo “sexo”.

No entanto, o MGI voltou atrás. Na sexta-feira (1º), o ministério confirmou que vai manter o documento como antes.

Questionado sobre o recuo na decisão, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos não respondeu a pergunta. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania também não se posicionou sobre o assunto até a publicação desta reportagem.

Segundo a secretária política da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) Bruna Benevides, a decisão do governo de manter as duas medidas na carteira de identidade abre brechas para violação de direitos humanos. 

“O campo sexo e a manutenção de dois campos de nome, incluindo o nome social e o nome de registro, não cumprem o papel de proteger as pessoas trans e garantir cidadania. Pelo contrário. São meios de produzir e manter violências”, diz Bruna.

Benevides alerta para possíveis represálias como humilhação, tratamentos vexatórios e desproporcionais e também violências diversas. “A gente está falando do Brasil, o País que mais assassina pessoas trans do mundo”, diz ela.

A Antra fez, no último ano, uma pesquisa sobre a retificação do campo “sexo” por pessoas trans. De acordo com o levantamento, 65% das pessoas trans não conseguiram corrigir o documento por três motivos: altos custos, excesso de burocracia e transfobia institucional dos cartórios.

“Ao invés de estar discutindo incluir o campo ‘sexo’ no RG, o Estado deveria estar discutindo formas de tornar mais efetiva a retificação para essas pessoas e o Estado tem se furtado nesse sentido”, diz Bruna Benevides.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Lula diz que papel do Brasil na Opep+ será o de alertar os produtores de petróleo para o fim dos combustíveis fósseis
Mercado mostra otimismo em relação à Bolsa brasileira em dezembro após valorização de 12,54% no mês passado
https://www.osul.com.br/organizacoes-lgbtqia-lamentam-recuo-do-governo-que-voltou-a-exigir-a-declaracao-do-sexo-no-documento-de-identidade/ Organizações LGBTQIA+ lamentam recuo do governo, que voltou a exigir a declaração do sexo no documento de identidade 2023-12-02
Deixe seu comentário
Pode te interessar