Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de março de 2020
Tema foi abordado em painel ministrado por especialistas na Expodireto Cotrijal
Foto: DivulgaçãoNo Brasil, 90% das empresas são familiares, representando 65% do PIB e 75% da força de trabalho nacional, de acordo com o IBGE. Porém, mais de 70% delas encerram suas atividades logo na primeira sucessão e menos de 10% continuam funcionando após serem assumidas pela terceira geração. Estar atento a estes dados é fundamental para evitar a crise, especialmente no agronegócio. Esse foi o alerta dos especialistas do escritório Scalzilli Althaus durante a palestra Governança e Sucessão Familiar Rural, realizada nesta quarta-feira (4), na Expodireto Cotrijal.
Há grandes dificuldades no “passe do bastão” para as gerações seguintes que, na maioria das vezes, não foram desenvolvidas para assumirem a condição de liderança. Segundo especialistas do escritório, a implementação responsável da nova gestão deve ser capitaneada pelo fundador do negócio com a devida assessoria técnica especializada. É um misto de preservação da família, de legado, de proteção da propriedade e bens e continuidade da empresa familiar. Não alheio a isso, estão as imperes do tempo, a infraestrutura precária, o frete tabelado, entre outros fatores.
A maior parte dos empresários busca assessoria jurídica quando a situação já está muito grave, a empresa está endividada e com fundos comprometidos. Os especialistas apontam que programar a sucessão com o devido apoio técnico torna reais as chances de perpetuação do negócios pelas próximas gerações.
“A gestão de perto, forte e responsável aliada à análise dos mais diversos dados gerados pela propriedade previnem prejuízos, minimizam custos e maximizam a lucratividade. Além disso, garantem a busca de recursos em percentuais menos elevados, revertendo-se no principal objetivo do empreender rural”, disse o coordenador de Reestruturação Empresarial do escritório, Eduardo Grangeiro.
Alternativas para enfrentar a seca
Em relação à estiagem no Estado, os especialistas destacaram o Fundo de Aval Fraterno como recurso. O sistema permite que operações de crédito contratadas com instituições financeiras possam ser garantidas por uma espécie de condomínio de devedores, instituição financeira credora ou instituição garantidora.
“Esta é uma possibilidade recentemente disponibilizada que pode ser objeto de estudo por produtores para garantir o financiamento de safra futura, uma vez que muitos produtores já estão endividados”, diz o advogado Ricardo Makcemiuk. Ainda em relação à estiagem, o especialista destaca que o Seguro Rural, o PROAGRO, os bancos públicos e os bancos privados não darão conta em absorver esse prejuízo.