Há 19 dias não são encontradas manchas de óleo no litoral brasileiro. 99% das ocorrências são de vestígios de óleo nas praias atingidas. O balanço, divulgado nessa sexta-feira, é do Grupo de Acompanhamento e Avaliação formado pela Marinha, Ibama e ANP (Agência Nacional do Petróleo), que considera a situação estabilizada.
A redução no aparecimento do petróleo no litoral fez com que as ações voltadas para o combate do óleo fossem redimensionadas. A partir do dia 20 de dezembro uma segunda fase da operação vai atuar em ações de monitoramento e controle conduzidas por equipes locais.
Profissionais, navios e aeronaves já começaram a voltar para as bases de origem, a maioria no Rio de Janeiro. O próprio grupo federal de acompanhamento sairá de Brasília para a capital fluminense.
O coordenador operacional do grupo, almirante Marcelo Campos, afirma que não está descartado o aparecimento de novas manchas.
“O óleo pode estar depositado em alguns bolsões. Nós temos um caso em no rio Persinunga, que fica na divisa de Pernambuco com Alagoas. Ele já tinha sido dado como limpo, mas quando nós mergulhamos, verificamos que havia duas toneladas de óleo no leito do rio. Ou seja: nós acreditamos que a situação seja de estabilidade, mas ainda existem focos que podem exigir o trabalho nessa fase de manutenção”.
A partir de janeiro, durante o verão, será realizada a terceira fase da operação com ações de monitoramento e conscientização para a preservação de mares e rios.
Durante a coletiva, o pesquisador Ricardo Coutinho afirmou que ainda não é possível definir o tamanho do impacto e o tempo de recuperação das áreas afetadas. Para isso, pesquisas estão em curso para realizar esse diagnóstico.
“Utilizando-se, por exemplo, de áreas de controle. Então essas áreas protegidas, algumas não foram afetadas, então vamos acompanhar o desenvolvimento das espécies e a biodiversidade entre as áreas afetadas e as não afetadas, de modo que a gente possa objetivamente estabelecer um pacto ambiental”.
Mais de 4,7 mil toneladas de resíduos de petróleo cru foram recolhidas do litoral. De acordo com o Ibama, a maioria do material foi destinado a fábricas de cimento.