A Operação Avante Visibilidade, da BM (Brigada Militar), que foi lançada no começo do ano em Porto Alegre, com a presença de cerca 500 alunos-soldados nas ruas do Estado, já mostra resultados positivos, conforme comemora o comando da operação. Eles estão atuando como reforço nas áreas da capital gaúcha em locais considerados estratégicos. Os alunos estão atuando na Região Metropolitana, Vale do Sinos, Serra, Litoral e na área Central e Centro-Sul do Estado reforçando o efetivo local, totalizando 484 alunos-soldados das Escolas de Formação e Especialização de Soldados de Porto Alegre, Osório, Guaíba, Montenegro e Santa Maria.
Na primeira semana de janeiro, os 150 futuros soldados que estão em estágio operacional supervisionado atenderam ocorrências como Lei Maria da Penha, posse de entorpecentes, entre outras. Foram 15 prisões, das quais seis de foragidos; 59 veículos fiscalizados; três veículos recolhidos; dois veículos autuados e um veículo recuperado em situação de furto/roubo. Além disso, foram confeccionados 25 termos circunstanciados e apreensão de drogas e de dinheiro.
Conforme o comandante operacional da Avante Visibilidade, capitão Gustavo Santos do Nascimento, o principal foco da operação é trazer ao porto-alegrense maior sensação de tranquilidade. “Queremos que o cidadão possa sair de casa sabendo que haverá um brigadiano zelando pela sua segurança nos locais de maior movimentação de pessoas”, afirmou.
O comandante do Policiamento da Capital, coronel Jefferson de Barros Jacques, avaliou como positiva a atuação dos alunos-soldados. “Eles estão exercendo, na prática, o aprendizado que tiveram na Escola de Formação e Especialização de Soldados-POA. Com postura policial militar nas ruas, estão prendendo foragidos, abordando pessoas suspeitas e o principal: dando a percepção de segurança pública à população, com o exercício das funções de policiamento ostensivo e preservação da ordem pública. A comunidade não os vê como alunos, mas como profissionais da segurança pública. A produção operacional dos alunos, nesta primeira semana, comprova isso”, destacou.
Experiência nas ruas
Na Avenida Júlio de Castilhos com a Praça Rui Barbosa, no Centro de Porto Alegre, a aluna-soldado Lidiane da Silva Nicoli, 28 anos, natural de Alegrete, morando há três anos na Capital, fazia o patrulhamento policial junto com o aluno Kevin Willian Cardoso do Amaral, 25 anos, de Maceió mas residente em Porto Alegre, relataram as experiências positivas. Segundo Lidiane, o estágio complementa o que foi ensinado na Academia de Polícia Militar. “Em sala de aula temos a teoria e, na rua, a prática se sobrepõe”, afirmou. Amaral destacou a importância do contato com a comunidade na atividade fim, que é o policiamento ostensivo, antes da formatura. “Temos um supervisor acompanhando todas as nossas ações, auxiliando, esclarecendo, além do efetivo orgânico estar sempre circulando em viaturas pelos locais onde estamos”, disse.
Na esquina da Rua dos Andradas com a Rua Vigário José Inácio, também no Centro de Porto Alegre, o aluno-soldado Guilherme Vargas e Silva, 28 anos, natural de Canoas, e a aluna Adriely Escouto Machado, 25 anos, de Santa Maria, relataram a ocorrência atendida por eles na rodoviária da cidade. “Prendemos um foragido da Justiça por assalto à mão armada e apreendemos outros por posse de entorpecentes com passagem por tráfico em São Paulo. Muito positiva a iniciativa de atuarmos na rua antes da formatura pois sairemos formados com a experiência das técnicas policiais na prática”, afirmaram.
Patrulhando a Rua Otávio Rocha, no Centro da Capital, as alunas-soldados Bruna Eduarda Fischer da Silva, 21 anos, de Porto Xavier, e Aline Fonseca Descano, 23 anos, de São Borja, celebram a oportunidade. “Além de nos sentirmos mais confiantes, também sentimos o reconhecimento da comunidade que nos cumprimenta por estarmos nas ruas auxiliando o efetivo orgânico. Se não conseguimos resolver tudo, pelo menos a população se sente confiante pela nossa presença”, afirmaram.