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Brasil Os bancos brasileiros não renegociam crédito como prometeram

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Medidas mais duras com empresas vão na contramão do que foi divulgado pelo setor e geram muita insatisfação. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

A Febraban, entidade que representa os bancos, anunciou, no dia 16 de março, que as cinco maiores instituições financeiras do País estavam abertas para discutir a prorrogação, por 60 dias, dos vencimentos de dívidas de empresas.

Nem uma quinzena se passou, e o que se ouve nas empresas que buscam negociar com os bancos é exatamente o oposto — não importa o setor, o porte do negócio ou o cargo do interlocutor.

A nota da Febraban destacava que a prioridade dos bancos era apoiar especialmente micro e pequenas empresas, proteger o emprego e a renda, numa eventual crise provocada pela epidemia de coronavírus no Brasil.

O texto até destacava que os bancos associados estavam “sensíveis ao momento de preocupação dos brasileiros com a doença provocada pelo novo coronavírus e vêm discutindo propostas para amenizar os efeitos negativos dessa pandemia no emprego e na renda”.

Representantes de entidades do setor privado, altos executivos de grandes empresas, proprietários de médios e pequenos negócios contaram, muitos na condição de não terem o nome revelado, que os maiores bancos elevaram os juros em todas as operações.

Capital de giro, antecipação de recebíveis e até de empréstimo de longo prazo, que já estavam em negociação havia tempos e prestes a serem liberados, tiveram as taxas de juros elevadas de uma semana para outra. Há casos em que as taxas dobraram e até triplicaram.

Setores mais atingidos tiveram o crédito cancelado.

Roriz Coelho, vice-presidente da Fiesp, federação das industrias de São Paulo, resume um pouco a situação. Para exemplificar, conta que uma grande empresa triplo A (jargão que define um negócio como seguro, com baixíssimo risco de calote) tinha acesso a juro de 6% ao ano.

Agora, explica ele, essa empresa paga juros de 12% e ainda tem que apresentar uma série de garantias adicionais.

Roriz questiona em particular o fato de os bancos não estarem oferecendo recursos liberados pelo BC (Banco Central) justamente para dar alívio às empresas.

O BC vem liberando os chamados depósitos compulsórios (parcela de depósitos que, por determinação do BC, são retidas pelos bancos para reduzir o dinheiro em circulação). Foram liberados mais de R$ 200 bilhões desde fevereiro.

“Eu acho que esse dinheiro, de uma forma ou de outra, tem que chegar às empresas, ou vai empoçar nos bancos, que estão fazendo mais exigências. Precisa haver garantia de que esse dinheiro irá para ajudar na folha de pagamento, no capital de giro — o dinheiro precisa ser carimbado”, diz.

Entre executivos de grandes empresas, a percepção é que que os bancos esperam uma posição do BC ou do Tesouro Nacional sobre quem vai assumir o risco de crédito.

Também há queixas sobre a inércia do Ministério da Economia em relação à questão. O ideal, dizem, é que o governo já tivesse um pacote de apoio financeiro, com taxas subsidiadas, via bancos públicos.

Os mais afetados até agora são os donos de restaurantes e bares, que relatam dificuldades para prorrogar parcelas de financiamentos.

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https://www.osul.com.br/os-bancos-brasileiros-nao-renegociam-credito-como-prometeram/ Os bancos brasileiros não renegociam crédito como prometeram 2020-03-27
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