Nos últimos dias, a SES (Secretaria Estadual da Saúde) tem reforçado o alerta para que as cerca de 70 mil crianças gaúchas com idade entre 6 e 11 meses sejam vacinadas contra o sarampo. A recomendação foi motivada por uma diretriz do Ministério da Saúde, devido ao avanço da doença em 11 Estados – a boa notícia é que, no momento, não há confirmação de casos no Rio Grande do Sul.
A medida deve permanecer enquanto o Brasil não conseguir interromper a transmissão do vírus – ou seja, ficar durante 90 dias sem novos registros de ocorrência. De acordo com especialistas, esse segmento da população é mais suscetível a casos graves, que podem levar a óbitos.
A indicação é de que o bebê receba a chamada “dose zero”, já que ela não substitui a primeira imunização prevista no Calendário Básico Infantil e que está incluída na vacina tríplice viral (que também protege contra a rubéola e a caxumba), aos 12 meses de idade.
Essa proteção é complementada aos 15 meses com a tetra viral (incluindo a vacina contra a varicela, também conhecida popularmente como “catapora”). Todo o procedimento deve ser mantido mesmo quando não foi ministrada a “dose zero”.
Segundo a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde), Tani Ranieri, entre essa dose-extra e a primeira se recomenda um intervalo de um mês: “O profissional de saúde na Unidade Básica fará essa análise de como e quando aplicar as doses, pois aos 12 meses a criança ainda precisa dois reforços, com a pneumocócica e meningocócica. Além disso, aos 9 meses também é prevista a vacina contra a febre amarela”.
O governo federal também orienta Estados e municípios que, em situação de surto ativo do sarampo ou mesmo quando identificado um caso da doença em determinada localidade, é preciso vacinar todas as pessoas que tiveram contato com o indivíduo em até 72 horas.
Não é necessário imunizar novamente as pessoas de 12 meses a 29 anos de idade que comprovem já ter recebido duas doses de vacina. Para quem possui de 30 a 49 anos, recomenda-se uma dose de tríplice viral.
Sintomas
É considerado como caso suspeito de sarampo um quadro em que o indivíduo apresenta febre e exantema maculopapular (manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas), acompanhados de outros sitomas, como tosse, coriza ou conjuntivite. E isso vale para qualquer idade.
É fundamental notificar rapidamente as autoridades de saúde, para que sejam adotadas medidas de controle e interrompida a cadeia de transmissão. Em caso de desconfiança, deve ser acionada por telefone a SMS (Secretaria Municipal de Saúde) ou o serviço “Disque Vigilância” do Cevs (número 150).
Estatística
Nos últimos 90 dias, o País registrou 1.680 casos confirmados de sarampo em 11 Estados. São Paulo (1.662) lidera de forma massiva o ranking, seguido por Rio de Janeiro (6) e Pernambuco (4). Já Bahia, Paraná, Goiás, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Sergipe e Piauí têm um um registro casa.
Dentre as faixas etárias, a de maior incidência inclui as crianças menores de 1 ano, com 38 casos por 100 mil habitantes. Isso corresponde a um total de 228 casos confirmados.
(Marcello Campos)