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“Os candidatos radicais e populistas chamam mais a atenção”, disse o ex-ministro Henrique Meirelles. Ele tem apenas 1% das intenções de voto para presidente da República, mas acredita que a sua pré-candidatura tem potencial para crescer

O ex-titular da Fazenda ainda não está garantido como o representante do partido na disputa. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Com 1% de intenção de votos na mais recente pesquisa do Instituto Datafolha, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) considera que existe “um potencial muito grande” de crescimento da sua pré-candidatura à Presidência da República.

“Aquelas posturas mais radicais, populistas, são as que chamam mais a atenção nesta fase”, disse ele nessa segunda-feira, durante palestra na Amcham (Câmara Americana de Comércio), em São Paulo.

Ele afirmou à plateia, formada por empresários e executivos, que o cenário eleitoral ainda está muito aberto, mas que pesquisas próprias, levadas em conta por ele ao se decidir pela candidatura, mostram que seu nome pode se tornar competitivo.

Conforme o ex-titular da Fazenda, características que os entrevistados dizem esperar de um presidente, como competência, seriedade, honestidade e experiência, são similares às qualidades atribuídas a ele nos levantamentos internos.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e a ex-senadora Marina Silva (Rede) lideram hoje a corrida eleitoral, segundo o Datafolha. A presença de Lula, entretanto, é incerta por causa de sua condenação em segunda instância e da prisão, no âmbito da Operação Lava-Jato.

Meirelles se filiou ao MDB, mas não está garantido como o representante do partido na disputa, já que o presidente Michel Temer (MDB) também acena com a possibilidade de concorrer à reeleição (ele alcança 2% das intenções de voto).

O ex-titular da Fazenda disse ter “conversas cordiais e amigáveis” com o presidenciável Flávio Rocha (PRB), mas não confirmou uma eventual aliança. “Eu tenho meu nome à disposição do MDB. […] E a minha postulação é à Presidência da República”, afirmou. Rocha falou na semana passada que Meirelles seria um bom vice.

Popularidade

Na palestra, o ex-ministro exibiu números e informações que tem usado como trunfo para se fortalecer. Falou da recuperação da economia no governo Temer, do qual fez parte até o início do mês, pregou a busca de equilíbrio nas contas públicas e a necessidade de melhora nos serviços públicos, falou da importância de elevar a produtividade e defendeu reformas como a trabalhista e a da Previdência.

Ele se apresentou como “o candidato das reformas do crescimento contra o atraso”. E disse que “um governo eleito, com um mandato popular” que leve para votação uma mudança no sistema de aposentadorias tem muito mais chance de sucesso, do que “um governo que, na realidade, tem dois anos”, referindo-se à gestão Temer, mas sem mencioná-la.

Para ele, entretanto, já se avançou muito na reforma da Previdência – que está paralisada agora, pontuou Meirelles, por causa da intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro. A intenção inicial do governo era aprová-la em fevereiro.

Na saída, falando a jornalistas, o presidenciável disse que “não se deve colocar a popularidade como único item de definição do que fazer”. “Nós temos que fazer reformas de longo prazo, e o fato de o governo [Temer] não estar naquele momento preocupado com popularidade era exatamente um fator que poderia ser favorável”, afirmou.

Para ele, entretanto, é possível conseguir apoio popular para fazer reformas se for criado um ambiente de crescimento, com geração de empregos e inflação baixa. Pelas declarações de Meirelles, suas promessas de campanha indicarão continuidade. “É a implementação plena daquilo que já estamos fazendo”, disse o colega de partido de Temer.

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