Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de outubro de 2019
Na noite de sábado (19), os chilenos fizeram um protesto sonoro. O ruído metálico das panelas sendo batidas foi ouvido no país como forma de mostrar contrariedade a decisão do Exército de decretar toque de recolher em Santiago.
A manifestação pacífica serviu para demonstrar o descontentamento da população diante das medidas tomadas pelo governo de Sebastián Piñera, para enfrentar os protestos contra o aumento da passagem de metrô na capital, medida que foi suspensa hoje pelo presidente.
Mesmo com a suspensão da polêmica medida, os protestos seguiram em Santiago com distúrbios, incêndios e saques. Os atos fizeram com que a Defesa Nacional do Chile ordenasse o toque de recolher, que durou das 22h de sábado até as 7h deste domingo (20), no horário local do país.
Foi a primeira vez que esses métodos de segurança pública foram implementados no Chile, desde o final da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Cidade paralisada e desolada
Os supermercados e shoppings permaneceram fechados neste domingo, para evitar os saques. O metrô também seguiu paralisado e quase não circularam ônibus pela cidade.
Os táxis e os carros que são chamados por aplicativos para celulares, com tarifas muito acima do normal, eram praticamente a única forma de deslocamento na cidade de sete milhões de habitantes, que passou por dois dias de violência extrema.
No porto de Valparaíso, os bombeiros lutavam contra as chamas do incêndio que destruiu por completo um supermercado da cidade.
“Estamos vivendo elevadíssimos níveis de delinquência e saques”, afirmou Alberto Espina, ministro da Defesa.