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Política Os cinco senadores citados por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, em delação sobre golpe de Estado

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De acordo com a delação, alguns destes parlamentares incitavam o ex-presidente a autorizar uma intervenção militar. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

Cinco senadores da República estão entre os nomes que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, mencionou à Polícia Federal no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022. De acordo com a delação, alguns destes parlamentares incitavam o ex-presidente a autorizar uma intervenção militar, enquanto outros o aconselhavam a desistir do plano.

Segundo Cid, em meio à onda de protestos desencadeados após as eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro recebeu dezenas de autoridades no Palácio da Alvorada, em diversas ocasiões, para discutir a possibilidade de um golpe de Estado. O ex-assessor, presente na maioria destas reuniões, dividiu os nomes entre grupos mais “radicais”, apoiadores da intervenção, e “moderados”, que recomendavam ao ex-presidente que “mandasse o povo pra casa” e reconhecesse a derrota.

O depoimento que o tenente-coronel deu à PF em agosto de 2023 foi publicado na íntegra no último domingo (26) pelo jornal Folha de S.Paulo.

Os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), então ministro da Casa Civil, e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foram citados por Cid como integrantes de “um grupo bem conservador, de linha bem política”, que buscavam dissuadir o presidente de intervir nos resultados eleitorais. A sugestão era que Bolsonaro convocasse o fim dos protestos e reconhecesse a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

“[os integrantes deste grupo] aconselhavam o Presidente a mandar o povo para casa, e colocar-se como um grande líder da oposição; QUE diziam que o povo só queria um direcionamento; QUE para onde o PRESIDENTE mandasse, o povo iria”, diz o trecho da delação.

Além de Flávio e Nogueira, Cid incluiu nesta ala o brigadeiro Carlos Baptista Júnior, então comandante da Aeronáutica, e Bruno Bianco, que à época chefiava a Advocacia-Geral da União (AGU).

Do outro lado, de acordo com Cid, havia um grupo de aliados de Jair Bolsonaro dedicados a levar adiante um golpe de Estado. Nesta ala “radical”, foram citados os senadores Magno Malta (PL-ES) e Luis Carlos Heinze (PP-RS), além de Jorge Seif (PL-SC), ex-secretário nacional de Pesca e recém-eleito ao Senado.

Entre os radicais, Heinze é apontado como apoiador da narrativa de fraudes nas urnas eletrônicas, buscando ativamente indícios de manipulação das eleições para justificar a anulação da vitória de Lula. “O Senador HEINZ (sic), que também integrava esse grupo, usava um documento do Ministério Publico militar que dizia que como o país estava em GLO [Garantia da Lei e Ordem], para garantia das eleições, o Senador entendia que as forças armadas poderiam pegar uma urna, sem autorização do TSE ou qualquer instância judicial, para realização de testes de integridade”, diz Cid em depoimento.

Já Malta e Seif constam na delação como integrantes de um segmento ainda mais extremista, defensor de um golpe de Estado com total apoio militar. Para esta turma, a base “legal” para uma intervenção seria uma distorcida interpretação do Artigo 142 da Constituição sobre as atribuições das Forças Armadas.

“O segundo grupo de ‘radicais’ era a favor de um braço armado. QUE gostariam de alguma forma incentivar um golpe de Estado; QUE queria que ele assinasse o decreto; QUE acreditavam que quando o Presidente desse a ordem, ele teria apoio do povo e dos CACS: QUE ‘romantizavam’ o art. 142 da Constituição Federal como o fundamento para o Golpe de Estado”, afirma o documento.

Este segundo grupo, delata Cid, não era tão organizado e consistia em “pessoas que se encontravam com o presidente, esporadicamente, com a intenção de exigir uma atuação mais contundente”. Além de Malta e Seif, estariam neste segmento os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Onyx Lorenzoni (PL-RS); o ex-assessor especial da Presidência, Filipe Martins; o general Mario Fernandes, ‘kid preto’ indiciado pela PF; e o então ministro do Turismo, Gilson Machado (PL).

Ainda de acordo com o depoimento, no decorrer das reuniões, o senador Magno Malta deixou de apoiar o golpe armado e se uniu a um terceiro grupo, o dos “moderados”, que defendiam que Jair Bolsonaro deveria deixar o Brasil antes da posse de Lula.

Esta ala, além de Malta, seria composta por Paulo Junqueira, empresário do agronegócio e presidente da Associação Rural de Ribeirão Preto, e por Nabhan Garcia, ex-secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura e Pecuária. Segundo Cid, Junqueira “financiou a viagem do presidente para os EUA” após as eleições de 2022. As informações são da revista Veja.

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